Os dois casos de dengue confirmados laboratorialmente na Região surgiram numa zona residencial do Funchal, como confirmou, esta manhã, a diretora regional de Saúde, que aproveitou para reforçar os apelos para a necessidade de prevenção e eliminação dos mosquitos aedes aegytpi, transmissores do vírus.
Em declarações ao JM, Bruna Gouveia sublinhou que esta situação deve servir de “alerta” à população para os cuidados a ter no combate a um mosquito que “tem um elevado nível de resistência aos inseticidas”, através da eliminação dos criadouros e das larvas.
A diretora regional sublinhou que as autoridades de saúde têm reforçado a vigilância epidemiológica e ações de controlo dirigidas aos pontos com maior positividade, “bem como com o trabalho das autarquias, que colaboram na vigilância e colocam sal nas sargetas como larvicida para eliminar larvas deste mosquito”.
Bruna Gouveia aproveitou a oportunidade para voltar a sensibilizar a população para o facto de o combate a este mosquito ser “de todos”, uma vez que as condições climáticas favorecem cada vez mais o desenvolvimento deste tipo de inseto.
“É uma realidade na nossa região e em todo o mundo onde este mosquito está estabelecido, devido às alterações climáticas. Por isso, temos de reforçar os cuidados e novamente eliminar os pratos de água dos vasos, ter atenção os bebedouros dos animais, lavar e eliminar resíduos de água em caleiras. Ter em atenção tudo o que sejam pequenas coleções de água que podem funcionar como local para os mosquitos colocarem os seus ovos”.
De recordar que os dois casos autóctones de dengue confirmados no Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge se reportam ao início de janeiro estão fora do perigo de infecciosidade e que deram origem a um reforço, pelas autoridades de saúde da vigilância, e que viriam identificar, numa armadilha localizada, mosquitos com a presença do vírus da dengue. “Os resultados que tivemos ontem das capturas diárias de mosquitos num raio de 250 metros e, posteriormente, de 500 metros, da zona identificada de risco acrescido, desde 27 de janeiro foram todos negativos para a presença de vírus da dengue”.
A Direção Regional de Saúde tem atualmente colocadas em vários pontos da Região, em particular no Funchal, 233 armadilhas, das quais 206 são para a captura de ovos, e 27 para a captura de espécies adultas.
De lembrar que, em 2012/2013, a Madeira teve um surto de dengue.