Licínia Araújo, coordenadora do Serviço de Cuidados Paliativos, no hospital dr. João de Almada, afirma que a lista de espera dos doentes que precisam deste serviço anda com um mês e meio. São cerca de 55 doentes à espera. Questionada sobre se seriam necessárias mais camas- que neste momento, são 11, consideradas as ideais, além dos serviços prestados ao domicílio a cerca de 140 - Licínia Araújo defende que seria mais importante outras valências, nomeadamente mais suporte ao nível de comunidade.
”Precisamos de cuidadores formais para esta prestação de cuidados. Mas não é uma ajudante domiciliária para só dar o banho. É uma ajudante para dar cuidados efetivos de saúde também”, diz.
Admite que, muitas vezes, quer profissionais quer doentes, acham que ainda não é altura para procurar aquele serviço e quando lá chegam já estão numa fase tardia sem que a equipa consiga chegar a tempo.
“Desta forma, não se fazem bons cuidados paliativos”, afirmou, hoje, momentos antes de ter início, no Colégio dos Jesuítas, o I Workshop e I Simpósio Internacional de Cuidados Paliativos. Aos jornalistas, Licínia Araújo refere que as famílias estão assoberbadas e com dificuldades de cuidarem dos seus doentes, sobretudo de uma forma presente e com uma consciência diferente.
Neste momento, a unidade conta com 16 enfermeiros (que se desdobram para o domicílio), 11 auxiliares e seis médicos, sendo que um dá apoio no intra-hospitalar. Há quatro médicos nos cuidados ao domicílio e duas pessoas que acompanham não só os doentes como também dão resposta a todos os contactos telefónicos.
Licínia Araújo diz que o perfil dos doentes é um bocadinho diferente. Não são só os idosos. Há gente nova, com crianças. A média de idades é dos 55 a 65 anos.