Francisco Gomes, deputado madeirense do Chega na Assembleia da República, quer saber se a secretária de Estado das pescas, Claúdia Monteiro de Aguiar, tem condições para continuar a exercer o cargo que ocupa. A questão foi levantada numa audição perante a comissão parlamentar de Agricultura e Pescas, solicitada a título de urgência pelo grupo parlamentar do Chega, e na qual foram discutidos assuntos referentes à gestão que a secretária de Estado tem vindo a fazer do sector, a qual mereceu críticas especialmente negativas da parte de todos os deputados do Chega que intervieram, incluindo do deputado madeirense.
Numa intervenção que não poupou palavras sobre algumas das decisões que têm vindo a ser assumidos pelo governo da AD quanto às pescas, Francisco Gomes realçou vários aspetos que, a seu ver, comprovam que a República deixou o setor ao abandono, entre os quais, a redução de quase metade do orçamento para o setor nos últimos dois anos, pretensos atrasos na abertura de avisos e execução do PRR, supostas dificuldades na gestão das quotas da sardinha, biqueirão, goraz e atum e presumível falta de capacidade para dialogar com o setor e aportar soluções para os desafios que confrontam os pescadores e armadores.
“O que o seu governo faz não é só uma humilhação para os pescadores. É uma vergonha para um Estado que faz escárnio na cara dos homens do mar. Quem mais deveria defender as pescas está preso a uma bolha de inação, ignorância e incompetência”, disse Francisco Gomes, deputado na Assembleia da República.
Francisco Gomes também sublinhou o que, no seu entendimento, são contradições nas opções políticas da República em comparação com o investimento que é feito nas pescas. Para o afeito, o deputado apontou para “os 156 milhões que o Estado prevê gastar em viagens dos ministros, os cerca de 10 milhões que suporta em pensões vitalícias, os duzentos mil euros previstos para eventos ‘gay’ e os 380 milhões que o governo gastou em apenas oito meses na ajuda a imigrantes.”
“O seu governo orgulha os marxistas radicais e os fundamentalistas de Esquerda que andam por aí disfarçados de gente séria, mas que, por malícia, a única coisa que querem é amarrar os barcos à doca e mandar para a miséria quem vive do mar. Há quem tivesse vergonha na cara, mas o seu governo pensa que é assim que se trata os pescadores e as suas famílias”, reforçou.
A concluir, o parlamentar do Chega recordou a audição do mestre Jacinto Silva, presidente da COOPESCA, na Assembleia Legislativa da Madeira, para enfatizar algumas das observações feitas pelo líder daquela cooperativa de pescadores e armadores.
“Quem apostou nesta área, foi traído pelo seu governo porque o seu governo está muito mais interessado em tratar os bandidos como coitadinhos e em apoiar quem quer vida de café à custa de quem trabalha. Já ajudar os pescadores e os armadores que querem trabalhar para ter uma vida digna é algo que vos passa completamente ao lado. Para esses, o seu governo só tem desculpas, só pede paciência, mas falha em tudo o que faz e em tudo o que decide”, rematou.