Os eleitos do Chega na Assembleia de Freguesia do Monte optaram pela abstenção na votação do Orçamento da Junta de Freguesia e das respetivas alterações orçamentais, justificando a posição com a necessidade de exigir execução concreta dos compromissos assumidos pelo executivo, sem colocar em causa o funcionamento institucional.
Em comunicado, o partido reconhece a abertura ao diálogo demonstrada pelo executivo da Junta do Monte, que acolheu várias propostas apresentadas pelo Chega. Para Jorge Afonso Freitas, essa disponibilidade merece ser assinalada. “O Chega não mente e respeita quem trabalha. Houve disponibilidade para ouvir as nossas ideias e várias delas tiveram aval, o que deve ser reconhecido”, afirma.
Apesar desse entendimento, os eleitos consideram que a aprovação formal do orçamento deve estar dependente da concretização das medidas anunciadas. António Bruno Afonso sublinha que a posição do partido assenta numa exigência política clara. “Não vamos aprovar um orçamento apenas com base em boas intenções. As palavras foram boas, mas queremos que as ações também o sejam”, refere.
O Chega afasta a ideia de bloqueio político, classificando a abstenção como um gesto de responsabilidade institucional. “Não somos cínicos em exibir reprovações. A nossa abstenção é um gesto de respeito, mas também de exigência”, reforça Jorge Afonso Freitas.
Relativamente à Alteração Orçamental n.º 10 e à Alteração Permutativa n.º 9, referente a 2025, o partido reconhece que a proposta não implica aumento da despesa global, que se mantém nos 220.168,71 euros, encontrando-se formal e legalmente enquadrada. É igualmente valorizado o reforço de verbas de caráter social, nomeadamente no apoio a famílias e na atribuição de material escolar.
Persistem, contudo, reservas de natureza política e estratégica. O Chega aponta a falta de fundamentação clara quanto aos critérios das opções tomadas, bem como a redução do investimento em meios próprios da Junta, através da anulação de projetos de aquisição de equipamento, o que levanta dúvidas quanto à modernização dos serviços. No plano cultural e recreativo, o partido critica a redistribuição de verbas sem programação estruturada ou critérios objetivos explicitados, assinalando ainda que a sucessão de ajustamentos orçamentais ao longo do ano revela fragilidades ao nível do planeamento financeiro.
“Este é um voto de abstenção, mas também um voto de exigência. Estaremos vigilantes, atentos e presentes na avaliação da execução”, afirma António Bruno Afonso, acrescentando que “o trabalho continua e será consistente”.
Sem pôr em causa a legalidade das propostas nem inviabilizar a gestão corrente da Junta de Freguesia do Monte, os eleitos do Chega dizem assumir uma posição crítica e construtiva, defendendo uma governação local mais planeada, transparente e orientada para resultados concretos ao serviço da população.