O Governo Regional tem de revogar as licenças do oligarca russo que está a “usar” a Zona Franca da Madeira “para encobrir fluxos financeiros com ligações ao regime autoritário de Vladimir Putin, e que recorreram à Madeira para apagar o rasto da origem do seu dinheiro”, defendeu hoje a Coordenadora Regional do BE/Madeira, Dina Letra.
“As recentes investigações da SIC sobre a utilização da Zona Franca da Madeira para operações de lavagem de dinheiro confirmam aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a denunciar há muitos anos. A cadeia de irregularidades exposta não surpreende, até porque várias das críticas que o Bloco fez ao longo do tempo foram sendo validadas por decisões da própria União Europeia”, lê-se em comunicado enviado às redações.
“Depois de termos navios, sob bandeira Portuguesa e registados na Madeira, a transportar armas para o genocídio do povo Palesteniano, desta vez, ficámos perante mais uma evidência de que a Zona Franca da Madeira está a ser usada para encobrir fluxos financeiros de oligarcas russos com ligações ao regime autoritário de Vladimir Putin, e que recorreram à Madeira para apagar o rasto da origem do seu dinheiro”, observou a dirigente bloquista, alertando que “esta situação compromete a credibilidade institucional da região e expõe a Madeira a riscos políticos e reputacionais de grande dimensão”.
O BE lembra que a investigação da SIC apurou que “o oligarca russo em questão tem ligações diretas à guerra na Ucrânia, um conflito que devastou comunidades e forçou milhões a fugir das suas casas”.
“A Madeira tem sido um porto seguro para ucranianos que chegam à região em busca de proteção e dignidade. Não podemos aceitar que, ao mesmo tempo que acolhemos vítimas desta guerra, se permita que a Zona Franca sirva interesses de quem está ligado à invasão da Ucrânia. A Madeira não pode ter critérios contraditórios nem tratar de forma tão desigual situações que exigem coerência ética e institucional”, sublinha-se na referida nota.
Tendo em conta o exposto, “o Bloco de Esquerda Madeira exige a cessação imediata de todos os apoios concedidos a empresas ligadas a este oligarca russo”, bem como “que sejam retiradas todas as licenças de operação atribuídas a esta empresa na região autónoma, de forma a proteger o bom nome da Madeira e a garantir que os instrumentos públicos ao serviço do desenvolvimento não são capturados por interesses que nada trazem de positivo para a população.”