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Autárquicas: BE, CDU e MPT admitem que falharam objetivos no Funchal

Data de publicação
13 Outubro 2025
18:21

O BE, a CDU e o MPT, partidos que têm representação na Assembleia Municipal do Funchal admitiram hoje que falharam os objetivos nas eleições autárquicas de domingo ao não conseguirem eleger deputados.

O BE tem atualmente três deputados e o MPT um, eleitos nas autárquicas de 2021 pela coligação Confiança (PS/BE/PAN/MPT/PDR).

A CDU (coligação que junta PCP e o PEV) elegeu um deputado no último sufrágio autárquico e, nestas eleições, também perdeu a representação que tinha na Assembleia Municipal.

Em declarações à agência Lusa, a coordenadora regional do BE, Dina Letra, reconheceu que os objetivos não foram cumpridos e que o partido pretendia “ter alguma representação autárquica”.

“Mas, foram o que foram, as pessoas escolheram, nós aceitamos democraticamente os resultados”, disse Dina Letra, referindo que desde 2009 que o BE não apresentava uma candidatura individual à Câmara do Funchal.

A responsável afirmou que é uma “derrota para o Bloco de Esquerda”, mas justificou os maus resultados com “circunstanciais especiais”, referindo o facto de o BE nas últimas três eleições ter integrado coligações lideradas pelo PS e agora concorrer sozinho, assim como “a grande viragem à direita em todo o país, em que a extrema-direita está em fase de crescimento”.

“No Funchal houve também muitas candidaturas, algo que já não acontecia há algum tempo e tudo isso se traduz depois nos resultados que os partidos mais pequenos tiveram”, considerou.

Por seu turno, o coordenador do PCP, Edgar Silva, defendeu que o concelho “fica a perder” ao não reeleger a deputada da CDU Herlanda Amado, “uma das vozes mais poderosas na colocação dos problemas sociais, na identificação das desigualdades territoriais no Funchal e na apresentação de propostas concretas para a resolução de problemas de quem está nas ultraperiferias”.

Edgar Silva apontou também que a coligação poderá “ter sido prejudicada pela grande dispersão de votos”, mas “terá pesado mais ainda a dificuldade em valorizar e dar maior visibilidade a todo o importante trabalho realizado pela deputada da CDU na Assembleia Municipal do Funchal”.

O coordenador do MPT na Madeira, Válter Rodrigues, ainda deputado municipal, reconheceu que o partido falhou os seus objetivos, apontando que esta eleição à Câmara do Funchal registou 14 candidaturas e “há sempre outras que têm mais força que um partido mais pequeno”.

“Quanto mais dispersos ficam os votos pior é no final. E partidos mais pequenos, que têm menos recursos financeiros, para chegar ao objetivo é sempre complicado”, acrescentou.

A coligação PSD/CDS-PP venceu no domingo a Câmara do Funchal, a principal da região, assegurando maioria absoluta na Câmara e na Assembleia Municipal.

Estas eleições autárquicas, no Funchal, ficaram marcadas pela estreia do Chega e do JPP na vereação, com dois mandatos cada, passando o executivo municipal a ser composto também por um do PS e por seis eleitos do PSD/CDS-PP, de acordo com os resultados provisórios da Secretaria Geral do Ministério da Administração Interna.

Foram eleitos à Assembleia Municipal 15 deputados do PSD/CDS-PP, aos quais acrescem os 10 presidentes de junta de freguesia por inerência, sete do JPP, seis do Chega, quatro do PS e um da IL.

A coligação PSD/CDS-PP, que atualmente preside a nove das 10 freguesias do Funchal, conquistou todas as juntas nestas eleições.

Atualmente, a Câmara do Funchal é composta por seis eleitos do PSD/CDS-PP e cinco da coligação Confiança (PS/BE/PAN/MPT/PDR).

Já a Assembleia Municipal, tem 26 deputados da coligação PSD/CDS-PP, oito do PS, três do BE, um do PDR, um do MPT, um da CDU e dois independentes.

O Funchal é o concelho mais populoso do arquipélago, com 108.129 habitantes (dados oficiais referentes a 2024), de um total de 256.622 na região.

A cidade ocupa uma superfície de 76,22 quilómetros quadrados, de acordo com Direção Regional de Estatística da Madeira, e é a mais dinâmica da região autónoma em termos socioculturais e económicos, com destaque para os serviços, construção e turismo, um dos setores mais importantes do arquipélago.

Nestas eleições autárquicas, candidataram-se à Câmara do Funchal Paulo Azevedo (Nova Direita), Mónica Freitas (PAN), Marta Sofia (Livre), Luís Filipe Santos (Chega), Rui Caetano (PS), Miguel Pita (ADN), Fátima Aveiro (JPP), Raquel Coelho (PTP), Válter Rodrigues (MPT), Jorge Carvalho (coligação PSD/CDS-PP), Ricardo Lume (CDU – coligação PCP/PEV), Sara Jardim (IL), Liana Reis (RIR) e Dina Letra (BE).

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