A Associação Comercial e Industrial do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira (ACIF-CCIM) votou contra a proposta de aumento do Salário Mínimo Regional para 2026, aprovada na Comissão Permanente de Concertação Social.
Em comunicado, a associação considera que o aumento de 65 euros (mais de 7%) é excessivo e desajustado à realidade económica e à evolução da produtividade, alertando que pode comprometer “o equilíbrio entre a valorização dos rendimentos e a sustentabilidade das empresas madeirenses”.
Entre 2015 e 2024, o salário mínimo regional aumentou 65%, enquanto a produtividade cresceu apenas 42%, o que, segundo a ACIF, agrava o desfasamento entre custos salariais e desempenho económico. A associação sublinha ainda que o diferencial face ao salário mínimo nacional passou de 3,6% para 6,5% em dois anos, um ritmo que considera “insustentável” e prejudicial à competitividade regional.
A ACIF recorda também o arrefecimento do setor do turismo, com sinais de estagnação nos mercados alemão e britânico, e prevê uma desaceleração económica em 2026, defendendo por isso prudência nas decisões salariais.
Numa nota enviada à imprensa, a associação reafirma o seu compromisso com a valorização progressiva dos rendimentos, mas defende que os aumentos devem acompanhar o crescimento da produtividade e a capacidade real das empresas, sob pena de se traduzirem em encerramentos, perda de competitividade e destruição de emprego.