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2025: Eleições na Madeira fortaleceram o PSD e puseram fim à crise política

Data de publicação
14 Dezembro 2025
9:39

As eleições antecipadas de 23 de março na Madeira consolidaram a liderança social-democrata e puseram fim à crise política que assolava a região desde o início de 2024, sinalizando também a ascensão do JPP a maior partido da oposição.

A instabilidade política começara em janeiro de 2024, quando o executivo de coligação PSD/CDS-PP empossado em outubro de 2023, com apoio parlamentar do PAN, caiu na sequência do processo judicial que investiga suspeitas de corrupção na Madeira.

A crise passou por duas eleições antecipadas, um governo minoritário social-democrata e a aprovação de uma moção de censura, apresentada pelo Chega, até que em 23 de março o PSD elegeu 23 deputados, ficando a um lugar da maioria absoluta.

Os social-democratas assinaram depois um acordo de incidência parlamentar e governativa com o CDS-PP, que obteve um assento na Assembleia Legislativa.

A tomada de posse do XVI Governo Regional da Madeira, de coligação PSD/CDS-PP, em 15 de abril de 2025, bem como a aprovação do programa do executivo para o período 2025-2029, em 08 de maio, e do Orçamento e Plano para o ano corrente, em 20 de junho, assinalaram o fim da crise política que agitava o arquipélago há mais de um ano.

A evolução dos processos judiciais em curso poderá, contudo, vir a condicionar esta estabilidade, considerando que o chefe do executivo, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido.

Em janeiro de 2024, o social-democrata apresentou a demissão do cargo, mas manteve-se na liderança da estrutura regional do PSD e avançou como cabeça de lista nas eleições antecipadas de 26 de maio desse ano, vencendo o sufrágio com maioria relativa – 19 deputados num total de 47 que compõem o parlamento regional.

Os social-democratas formaram um governo minoritário, com apoio parlamentar dos dois deputados do CDS-PP, mas, sem apoio de uma maioria absoluta parlamentar, o executivo acabou derrubado em 17 de dezembro de 2024, com a aprovação da moção de censura, inédita na história do regime autonómico.

O Chega justificou a iniciativa com as diferentes investigações judiciais envolvendo o chefe do executivo e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos. Entretanto, o inquérito de Eduardo Jesus, então secretário de Economia, Turismo e Cultura, foi arquivado.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu novamente a Assembleia Legislativa, num período de 10 meses, e convocou eleições regionais antecipadas para 23 de março deste ano.

Os madeirenses avançaram assim para o terceiro sufrágio em cerca de um ano e meio e os social-democratas voltaram a ganhar, agora com 23 deputados, o que facilitou a formação do novo governo.

O PSD obteve 43,43%, com 62.085 votos, mais 12.981 do que em maio de 2024, a maior votação alcançada por Albuquerque desde que assumiu a liderança regional do partido, em 2014.

O Chega foi o partido mais penalizado em termos de votos: no total, perdeu o correspondente a 38% dos votos do ano passado, obtendo agora 7.821 votos, menos 4.741, e perdeu um dos quatro deputados.

Já o Juntos Pelo Povo (JPP) ultrapassou a votação do PS e afirmou-se como segunda força política, com 11 assentos na assembleia regional, mais dois do que no mandato anterior, obtendo 15,64% dos votos, num total de 30.094 (mais 7.135).

Em sentido contrário, o PS desceu para o terceiro lugar, com oito eleitos (menos três), ao receber 22.355 votos, menos 6.626 do que em 26 de maio de 2024.

O CDS-PP também baixou a votação, elegendo apenas um deputado (perdeu um), com 4.288 (3,00%), mas tornou-se decisivo na formação do governo, e a IL manteve a representação parlamentar de um deputado.

O PSD venceu todas as legislativas regionais na Madeira desde 1976 (15 no total) e obteve maioria absoluta até 2015, mas a situação alterou-se em 2019, quando o partido elegeu 21 deputados e formou um governo de coligação com o CDS-PP (três deputados).

O Governo Regional teve apenas três presidentes eleitos após a revolução o 25 de Abril, sendo o primeiro Jaime Ornelas Camacho (1976-1978), substituído a meio do mandato por Alberto João Jardim, que liderou a região até 2015.

Albuquerque já disputou e venceu cinco legislativas regionais, duas delas antecipadas, mas só obteve maioria absoluta na primeira vez, em 2015, tendo depois estabelecido acordos com o CDS-PP (em 2019, 2023 e 2025) e com o PAN (em 2023).

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