Está à procura de rede numa esplanada do Funchal ou no Aeroporto Cristiano Ronaldo? Antes de se ligar, tenha em conta os riscos: em poucos minutos, os seus dados pessoais podem ser roubados.
Aceder a uma rede wi-fi é uma comodidade aparentemente simples e a que já todos recorremos, numa altura ou noutra. Porque não queremos gastar os nossos dados ou simplesmente porque não temos rede, entramos numa rede aberta que – aparentemente – pertence a uma entidade séria.
O problema é que nem sempre é assim. As redes falsas, criadas por hackers que podem estar mesmo ao seu lado, são um problema crescente em todo o mundo. De acordo com a Europol, os locais mais movimentados são particularmente arriscados, e os aeroportos estão no topo da lista. Por isso, segundo esta agência da União Europeia, o melhor é “assumir que nenhuma rede wi-fi pública é segura”.
Porque é que o wi-fi público é perigoso?
Estas redes inseguras, também conhecidas por “evil twin hotspots”, são semelhantes às legítimas, mas estudos internacionais confirmam o risco. O Forensics Institute documentou casos em que criminosos instalaram pontos wi-fi falsos em aeroportos, enganando viajantes apressados. O resultado: centenas de cartões de crédito clonados em poucas horas.
Qualquer utilizador que esteja ligado ao mesmo ponto pode ser alvo de interceção de dados. Palavras-passe, e-mails, contactos bancários ou até mensagens privadas ficam vulneráveis.
No entanto, os perigos não se limitam aos dados expostos. A ligação a uma rede pública pode levar a:
- Roubo direto de credenciais bancárias;
- Instalação de spyware no telemóvel ou portátil;
- Acesso não autorizado a contas de e-mail ou redes sociais;
- Phishing personalizado, a partir dos dados roubados.
Para um residente, isto pode criar problemas sérios de identidade digital. Para um visitante estrangeiro, pode transformar umas férias na Madeira num verdadeiro pesadelo burocrático, com cartões cancelados e contas comprometidas.
Sendo assim, porque é que continuamos a usar o wi-fi grátis? A resposta é simples: conveniência. A Madeira recebe milhares de turistas que querem partilhar fotos, consultar mapas ou reservar atividades. O roaming internacional ainda é considerado caro e nem todos gostam de depender das redes móveis locais. O “wi-fi grátis” torna-se, assim, a escolha automática.
Uma alternativa segura: os eSIM
É aqui que entra uma solução prática e cada vez mais procurada: os eSIM. Em vez de depender de redes públicas, pode ativar no telemóvel um plano de dados privado e seguro. Serviços como o Saily oferecem pacotes acessíveis e fáceis de configurar, permitindo que qualquer pessoa tenha uma ligação própria em minutos, sem necessidade de cartões físicos ou deslocações a lojas.
As vantagens são claras:
- Ligação encriptada, sem partilha com desconhecidos;
- Cobertura imediata, sem os custos abusivos do roaming;
- Flexibilidade para escolher pacotes de dados conforme a duração da estadia;
- Simplicidade: basta digitalizar um código QR para ficar ativo.
A mudança de mentalidade necessária
A verdade é que a Madeira não é diferente de outros destinos turísticos: onde há turistas há alvos fáceis para os cibercriminosos. Os cafés do Funchal, centros comerciais, praças ou zonas de trânsito intenso, como o aeroporto, são locais perfeitos para ataques digitais discretos.
Cabe a cada utilizador reconhecer que, no mundo digital, “grátis” raramente significa seguro. E, como lembra o Centro Nacional de Cibersegurança, um smartphone é uma entrada fácil para muitos cibercriminosos. Cabe-nos, como diz o provérbio, “pôr trancas à porta”.