O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saudou esta noite a vitória do seu país no Festival Eurovisão da Canção, ligando-a à invasão russa com a frase "a nossa coragem impressiona o mundo, a nossa música conquista a Europa".
A frase foi escrita na suas páginas nas redes sociais, pouco tempos depois de ter sido oficializada a esperada vitória da Ucrânia na 66.ª edição do festival, que decorreu ao longo desta semana em Turim, Itália.
"No próximo ano, a Ucrânia será a anfitriã da Eurovisão. Pela terceira vez na história. E eu acredito, não será a última", escreveu Zelensky.
Importa realçar, contudo, que até ao momento a União Europeia de Radiodifusão (EBU), a entidade organizadora do festival, não divulgou qualquer detalhe acerca da cidade que receberá o certame em 2023, sendo este um assunto que estará certamente em discussão durante os próximos dias entre a EBU e a emissora ucraniana.
Não obstante, foram vários os países a manifestarem interesse em acolher o festival no próximo ano na eventualidade de a Ucrânia confirmar o favoritismo refletido nas casas de apostas durante as últimas semanas, algo que acabou por acontecer.
Na mesma publicação, o líder da Ucrânia disse que tudo fará para que um dia seja possível acolher a Eurovisão em Mariupol com a cidade reconstruída e livre.
A banda ucraniana Kalush Orchestra, cuja canção "Stefania" mistura hip-hop e música tradicional, obteve 631 pontos, à frente do britânico Sam Ryder com "Space Man" (466 pontos) e da cantora espanhola Chanel com "SloMo" (459 pontos).
Na atuação desta noite, a banda Kalush Orchestra pediu ajuda para o seu país, bem como para a cidade de Mariupol e para a siderurgia Azovstal, na sequência da invasão russa.
"Por favor ajudem a Ucrânia, por favor ajudem Mariupol, por favor ajudem Azovstal", disse o líder do sexteto, Olenh Psink, numa mensagem em que apelava à intervenção internacional para ajudar o grupo de soldados barricados na fábrica, o último reduto da resistência ucraniana na cidade portuária.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de seis milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Por causa da invasão, a Rússia foi excluída do Festival Eurovisão da Canção.
Catarina Gouveia/Lusa