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Artigo de Opinião

Farmacêutico Especialista

31/05/2023 08:00

A boa educação e o respeito mútuo, deverão sempre pautar a nossa existência, principalmente no que aos relacionamentos diz respeito, e em todas as suas vertentes e contextos, familiar, escolar, laboral e social.

A cortesia, afabilidade deveriam pautar o nosso dia a dia, e deveríamos fazê-lo não apenas para com aqueles que apresentamos um relacionamento direto, diário, ou corrente, mas com todos os que nos cruzamos (física e virtualmente). O ser humano só o é em todo, se comportar essa civilidade.

Um bom dia, um cumprimento, um sorriso, um aceno, priorizar quem necessita cedendo o lugar, abrir uma porta para outra pessoa, são atos de uma simplicidade tão enriquecedora que fazem a existência ter sentido, isto porque a vida só faz sentido no caminho do bem e em busca da virtude.

Neste momento somos assoberbados pelo mal, o mal tem direito a mais tempo de antena, e ao melhor tempo de antena, são homicídios, é a violência, são os roubos, é a guerra, é a crise económica, são as peripécias governativas que nos embaraçam. Porque não é dado espaço ao bem, porque não há tempo de antena para o que é positivo?!

É obrigatório ressuscitar a urbanidade no relacionando entre os homens.

A nova proposta de lei do tabaco, que parte de um princípio nobre, a defesa intransigente da saúde pública, e que apresenta como objetivo uma geração sem tabaco, até 2040, ao invés das pseudopolémicas normais dos interesses corporativos, é uma manifestação de urbanidade.

Observemos os dados sobre o tabaco, mais de 8 milhões de mortes por ano, dos quais mais de 1 milhão são não fumadores, o tabaco coarta a esperança média de vida em pelo menos 10 anos, o tabaco é o único produto de consumo legal, que mata até metade dos seus utilizadores, quando utilizado exatamente como previsto e recomendado pelo fabricante(fonte PAHO - WHO), em Portugal os dados de 2019 da IHME (Institute for Health Metrics and Evaluation) registaram 13559 mortes, das quais 1771 por exposição (passiva ) ao fumo ambiental.

Daqui decorre facilmente a necessidade de uma geração sem tabaco, até 2040, impedir que os jovens entrem nesse malefício, é doloroso passar ao pé das escolas e ver os jovens a fumar nas imediações, é de todo inaceitável nos dias que correm assumir a ignorância destes jovens sobre os malefícios do tabaco, portanto temos que somar a falta de vontade, a curiosidade, o contexto socioeconómico, e adereçar a génese multifatorial desta problemática, para de uma vez por todas acabarmos com este flagelo.

Aos que já fumam facultar a liberdade e condições para abandonar o vício, acessibilidade dos medicamentos, consultas disponíveis a tempo e horas, aqui a rede de farmácias com a capilaridade que apresenta, e com o profissional capacitado técnica e cientificamente que é o farmacêutico pode ser um aliado nesta demanda de uma forma integrada com a rede pública.

Haja coragem do governo, em manter esta proposta e transformá-la em lei, haja espinha dorsal, e pouca volubilidade ao corporativismo, para permitir levar a bom porto este desiderato que é de todos, a salvaguarda da saúde de todos,

Nota: desejo que antes da entrada em vigor da nova lei do tabaco, que neste verão, proíbam fumar ao redor das piscinas povoadas de crianças e jovens nas suas brincadeiras inocentes, proibindo o fumo nos solários que lhes servem de apoio onde crianças brincam, onde grávidas descansam, onde idosos aproveitam o sol da vida!

Haja coragem, é um repto que deixo as edilidades regionais.

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