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Artigo de Opinião

Médico-Dentista

21/05/2023 07:45

É que tenho andado com uma sensação estranha. E o pior é que não é de agora. O desânimo foi-se apoderando, a pouco e pouco, de mim. Foi um deslize aqui, um "não é bem o que parece" acolá. Sinto que, algures, perdi a confiança. Tornei-me descrente. Suspeito de tudo o que é dito. "Juro que estou a falar a verdade" soa-me, invariavelmente, a uma mentira que só ainda não o é porque não foi investigada. No fundo, deixei de ter vontade de me manter na relação. Desculpem. Provavelmente o mal não está nos outros. Está em mim. Talvez eu não os saiba valorizar. Porventura só lhes vá dar valor quando os perder. Não sei! Mas acreditem, não aguento mais viver assim. Para mim chega. Ou melhor, basta…

Basta de trapalhadas. Basta de maus exemplos. Basta de desconsiderações. Basta de não me tratarem como eu mereço. Afinal de contas sou eu que os sustento! Respeitem-me. Poupem-me a comissões de inquérito pré-cozinhadas. Não me consumam com figuras tristes. Estou farto que me digam, tim-tim por tim-tim, o que fizeram durante os vossos dias. Bem, dessa parte até nem estou enfastiado… Confesso!

Então não é que, num destes dias, depois de ter os miúdos "arrumados", sentei-me à frente da televisão à procura dos depoimentos do Ministro das Infraestruturas, da sua chefe de gabinete e do, agora, seu ex adjunto. Queria tentar perceber qual deles mentia menos. Não sei se por cortesia, mas primeiro foi a mulher. Hummm. Não me inspirou muita confiança! Eugénia Correia começou por garantir que se limitou a tentar impedir que Frederico Pinheiro cometesse um crime. Na sua teoria, este preparava-se para roubar um computador e, vai daí, mandou fechar o edifício. Tudo bem! Até aqui nada a apontar. Também eu, se apanhasse algum meliante que não o meu superior em flagrante delito, tudo faria para evitar que este se escapulisse. É que enquanto se decide se se chama o SIS, a PIDE, a PJ, a PSP ou todas… Que os agentes cheguem e não cheguem, dá tempo ao ladrão para se pôr, quiçá, em Paris com dinheiro de amigos. Ou em Coimbra a assistir ao concerto dos Coldplay. Ups. Desculpem os exemplos. Foram infelizes. Nem sei como me ocorreram…

Mas, continuando no diz que disse, o que não faz muito sentido é o resto. "Frederico Pinheiro dá-me um murro. A Dra Paula Lagarto levou vários murros". Alto e pára o baile! A ser verdade, é muito grave. Se com um único golpe aquele tipo franzino foi capaz de lhe deixar a cara naquele estado e os olhos trocados, eu nem quero imaginar como ficou a outra senhora. Que descanse em paz, é o meu desejo.

Por outro lado, o ex adjunto queixa-se de que, ele sim, foi ameaçado, mas por Galamba. "Se estivesse ao pé de ti, dava-te dois socos", terá dito o Ministro. Bem. Isto pelos vistos afinal é normal. Sempre que surge uma discussão naquele Ministério, a solução é resolver à pancada?! Bonito serviço. Mudem-se antes para o da Defesa. Vá lá. Se o fizerem, eu juro que, na loucura, pondero dar-vos mais uma oportunidade. Eu prometo que não vos pergunto mais nada. Garanto que esqueço a que horas foi a chamada não atendida para o Primeiro Ministro… Olvido se a mensagem das 22:53 para a Ministra da Justiça foi de áudio ou escrita… Desconsidero a duração da chamada para o Ministro da Administração Interna. Enfim… Tudo! E damo-nos uma nova oportunidade. Começamos de novo. Porque não?

Na verdade, eu até acho que já não sei viver sem vocês. A sério. Juro. É que, por mais defeitos que possam ter, eu não consigo esquecer o vosso ponto forte… Não deve haver neste mundo quem me lixe com F como vocês! Obrigado por isso. Continuem. Comam-me tudo. Suguem-me até ao tutano. Acabem comigo. Gozem na minha cara. E no fim, desculpem-me qualquer coisinha.

Um abraço apertadinho no pescoço, deste que tanto vos ama.

PS, o que vale é que, por cá, mesmo depois de 47 anos de martirimónio, ainda se vive em lua de mel… Só num dos passeios pelo mundo fora, foram 120 mil euros! "Não fiquei com dinheiro nenhum", assegurou Miguel Albuquerque. E eu não duvido, embora a ideia não fosse essa. Sim, senhor Presidente. Bom bom era ter guardado algum. Mas também, Pudera! Tanto tempo depois da boda e ainda leva os músicos atrás… Enfim. Só tenho pena é que não tenha levado o Rúben Aguiar. Agora vai ser difícil.

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