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Artigo de Opinião

Subdiretor JM

20/05/2023 08:05

Mas a eutanásia, cuja lei foi recentemente promulgada em Portugal, não é uma "licença para matar", como classificou o Papa Francisco. É, sim, uma decisão pessoal de um ser humano, desde que não inimputável, de colocar cobro à vida para terminar com um angustiante sofrimento físico. É um último grito de alguém que diz basta, preferindo escapar do pouco tempo de existência agonizante que lhe resta.

Parece evidente o consenso em torno da preciosidade da vida. Que tem de ser defendida - embora existam exemplos mais do que suficientes de que não há verdades absolutas. Mas impedir que um adulto, em contínuo sofrimento, tenha de tolerar o insuportável para manter a ideia preestabelecida de que a vida é para ser vivida de qualquer forma e a qualquer preço é, no mínimo, discutível.

A recente promulgação da eutanásia significa, portanto, uma espécie de garantia da velha máxima que assegura que cada um sabe de si. Cada um é livre de escolher como encarar a inevitabilidade de uma morte decadente e dolorosa. Se choca? Choca. Mas convém deixarmo-nos de juízos de valor e perceber que, por vezes, os cuidados paliativos são a pior sentença. Resta fazer perceber ao cidadão comum que não lhe cabe decidir o destino dos que vivem em sofrimento… Embora esse quebra-cabeças não tenha ainda solução.

Eutanasiados deviam, isso sim, serem muitos dos assuntos que dominam a atualidade informativa. O filme de ação no Ministério das Infraestruturas teima em dominar o quotidiano político e já conhece vários enredos, os quais dependem do argumentista que relata a história em sede de inquérito parlamentar.

Mais um caso reprovável e degradante a confirmar que, em muitas situações, o importante - a TAP - fica remetido a mero acessório. Agora, a ordem do dia é dominada por casos e casinhos. Lembrar que João Galamba é o mesmo que insultava jornalistas e utilizadores no twitter, que mentiu - ou se equivocou - sobre a sua participação na ‘reunião escondida’ entre o PS e a ex-CEO da TAP. Que permitiu a ativação dos Serviços Secretos para sanar uma birra entre patrão e funcionário, responsabilizando o gabinete de Costa pelo efeito. Uma boa novela, bem ao jeito de tantas outras que têm sido escritas pela atual legislatura.

Difícil de compreender é igualmente a forma como altos membros da nossa governação desperdiçam oportunidades em catadupa de evidenciar respeito pelas instituições e pessoas que representam, como acontece com a visita oficial de Cafôfo à Madeira.

Porque se Albuquerque não encontrou espaço na sua agenda para receber um secretário de Estado madeirense, que dizer do facto de Cafôfo, que divulgou um programa com quatro visitas a Câmaras, ter escolhido duas socialistas. Vá lá que desta vez até deu jeito não haver conversa com Emanuel Câmara… Se não o desequilíbrio ainda seria maior.

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