O mundo é das mulheres

Na quarta feira comemorou-se uma data muito especial. Aposto que não houve uma única pessoa que não tivesse dado por isso. É que os aniversários, uma pessoa ainda esquece. As bodas de papel, de estanho, de porcelana e hematita, nem se fala… Mas o Dia internacional das Mulheres, é impossível. Não que tenha sido sempre na mesma data. Até porque, rezam as lendas das buscas na internet, que tudo começou na América num dia 20 de fevereiro. O que, convenhamos, faz todo o sentido. Também por cá já tivemos uma intempérie nessa data… Adiante. Poucos anos mais tarde, as mulheres russas, passaram a celebrar no último domingo de fevereiro. No entanto, a 8 de março de 1917, organizaram um grande passeio em protesto contra o desemprego e a deterioração das condições de vida. Solidários, os operários metalúrgicos juntaram-se à manifestação e esta prolongou-se até o caldo entornar e dar início a uma revolução… Enfim. A Rússia a ser a Rússia! Putins à parte, por fim, em 1975, as Nações Unidas instituíram, final e oficialmente, o 8 do 3 como o dia de celebração no feminino. Daí para cá, é um chinfrim desgraçado. Nesse dia, muitas juntam-se em qualquer lado. Até striptease nas discotecas é anunciado!

Diz, quem tem redes sociais, que o dia é de total homenagem às senhoras. Os filhos, ausentes, lembram-se das mães. “Querida mãe, a melhor das companhias” e a fazer dela, todo o ano, uma mulher a dias. “Minha protetora”, quando a mulher já se arrependeu, mais de mil vezes, de ser sua progenitora. Ou “minha confidente”, e mal sabe ele que foi um acidente. “Ouvinte”? Sorte não haver, naquele tempo, pílula do dia seguinte.

Já os maridos, descobrem as esposas… Postam fotos juntos. Mandam flores e chocolates. Arrependem-se dos disparates. No fundo, eu não sou de intrigas, mas só espero que não se deixem ir em cantigas. Não quero que a vossa vida seja um calvário. Como já devem ter percebido, nem tudo o que sai da boca de um homem é aquilo que vem no dicionário…

Salvo raras excepções, onde obviamente me incluo, quando um cavalheiro chama a sua dama de “minha amada”, o mais certo é ter uma espinha atravessada. Quando decide que “é dia de levar a jantar fora a companheira”, na verdade só está a dar folga à cozinheira. Mas quem diz isso, diz muito mais. Não acreditam? Então atentem… “Minha querida”? Enxerida. “Princesa”? Só dá despesa. “Flor”? Que dor. “Musa”? Confusa. “Cara-metade”? Tempestade. “Rainha”? Erva daninha. “Amor”? Estupor. “Porto de abrigo”? Um perigo. “Gruta”? Bem… É melhor não ir por aí. Tudo o que termine em -uta, é para esquecer. É sinal que a relação está tão tóxica que mais vale não insistir. Não é vergonha desistir. Sempre é melhor do que assistir de bancada porque a tendência é acabar à pancada.

Vida que segue e pronto. Ouçam a sugestão do Costa e cedam o cônjuge devoluto. Livrem-se dele. Façam o luto. Disponibilizem-no. Podem vender ou arrendar e depois voltam a casar. Porque não? Eu sei que a vida não está fácil. Que cada vez há menos dinheiro. Mas é aí que o afecto prevalece. Juro. Prova disso é que, hoje em dia, em Portugal, já se começou a casar por amor. Até apetece…

Aposto que, por esta altura, algumas ladies já se estejam a passar. Algumas até já devem ter desistido de me aturar. Mas vá. Escusam de vir todas assanhadas chamar-me de machista. De burgesso. Grosseiro indelicado. Não sou! E mesmo que fosse, não era pecado. Para além disso, continuo a achar que a mulher é a melhor coisa do mundo. É tão bom, tão bom, tão bom, que a maior parte dos homens gosta. É tão bom, tão bom, tão bom, que até já há mulheres a ficar. E mais. É tão bom, tão bom, tão bom, que há homens a quererem ser…

Ps, peço um minuto de silêncio. Morreu Francisco António. Francis para os amigos, Co para todos. Foi também Alex, o fabuloso. A voz do sucesso musical “Mister Gay”. Faleceu dia 9. Foi velado a 10 e cremado a 11. Enterrado? Isso não. Coitado. Já bastou em vida. Que descanse agora em paz.