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Artigo de Opinião

Presidente da Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Psicólogos Portugueses

23/06/2022 08:00

Se níveis muito elevados de stress se associam a perturbações no desempenho, então o desafio é fazer com que o mesmo não atinja uma intensidade que seja disruptiva. O sucesso na resposta a este desafio é influenciado por muitas características pessoais ao nível da personalidade e do contexto de vida de cada um, e envolve uma combinação entre autocuidado, preparação adequada e método de trabalho, e já agora assumir que há coisas que nos ultrapassam - é importante ter domínio sobre o que nos respeita, mas o perfecionismo extremo e querer controlar tudo pode ser prejudicial.

Todos reagimos de forma diferente às fontes de stress, e além disso não existem panaceias nem dicas miraculosas que eliminam o stress. Mas há aspetos comuns que é útil ter em conta, sobretudo nestas ocasiões. Desde logo, assumir que a preocupação, a tensão e o nervosismo são reações naturais face à exigência e implicações da situação. Além desta aceitação, preparar-se bem continua a ser determinante, já que - além de obviamente aumentar a probabilidade de sabermos responder às questões - promove a confiança e uma maior sensação de controlo. Mas preparar-se bem para um exame envolve mais qualidade do que quantidade, isto é, requer utilizar métodos de estudo eficazes, estudar com antecedência em relação ao exame e ter horários razoáveis, bem como não esquecer que os cuidados com o sono, nutrição, as pausas e o exercício físico favorecem muito o desempenho.

Concomitantemente, porque maiores dificuldades no desempenho e a ansiedade nos exames estão relacionadas com uma espécie de autodiálogo negativo ou uma hiper exigência perfecionista, é importante manter o foco e evitar uma espiral de pensamentos como "isto vai correr mal", "eu não sei nada", "isto vai ser um desastre", "depois vou ter uma péssima nota e já não vou poder concorrer a nada", entre outros. Isto apenas vem promover uma visão pessimista e alimentar a tensão, a preocupação, o pessimismo, e, portanto, contribuir para stress e sobretudo para ansiedade.

E a propósito da necessidade de um pensamento mais encorajador, por oposição a um padrão tremendista, também na preparação para os exames - como em tudo na vida - continua a ser central uma interação com pessoas que deem apoio e não contribuam para perturbar o que já é exigente por si. No fundo, valorizar quem pode apoiar e eventualmente ajudar a estudar, numa interação com ganhos recíprocos. Até porque, como sabemos, uma das melhores formas de aprender um conteúdo é prepará-lo para apresentar e discuti-lo com alguém.

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