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Artigo de Opinião

JM-Madeira

2/09/2021 08:01

Há quem o afirme de coração cheio e alma generosa mas há também os hipócritas que dizem o oposto do que desejam realmente.

Aos primeiros agradeço a confiança, aos últimos sorrio com a indiferença de quem entende o que de lá vem e o que com isso pretendem.

Mas, quer num caso quer no outro, já não me intimida a ambição alheia. Sobretudo quando me a tentam impor encoberta sob um manto de boas intenções.

Há quem espere grandes coisas de mim, repetem uma e outra vez.

E há nesses que o afirmam sempre o conhecimento intrínseco de todos os segredos para a genialidade.

Nunca são parcos nos conselhos nem nas críticas sobre o que garantiria um sucesso retumbante.

E a receita que apregoam é surpreendentemente simples: devo separar-me do que sinto, deixar morrer de vez o "eu" e escudar-me nas comprovadas técnicas narrativas.

Devo enfim, segundo eles, ser mais maldade e menos ingenuidade.

Sim, eles sabem tudo sobre os segredos para garantir a genialidade, mas é a mim que pedem para os pôr em prática.

Há quem espere grandes coisas de mim.

Mas eu deixei de querer saber o que esperam de mim pois percebi, há muito, que não se consegue jamais agradar a todos.

E as interpretações que cada um faz depende muito mais da sua própria vivência do que das palavras que efetivamente escrevo.

E se eu tiver que escolher escolherei então agradar antes a mim mesmo.

Eu sei que alguns irão, apressadamente, me acusar de ser nada mais que um ser egocêntrico mas, quem quiser ser honesto consigo e com os outros, terá de reconhecer que há em todos nós um certo egocentrismo.

E, desde que na medida certa, nada de mal há nisso. Afinal, há que conseguir se amar a si próprio - com os teus os seus defeitos e qualidades - para também se ser capaz de amar os outros.

O que eu professo aqui, perante todos vós, é que procurarei ser sempre fiel a quem sou.

Serei sempre mais coração do que razão, mais sentimento que entendimento.

Não sei se esta forma de ser me torna genial ou imbecil.

Talvez seja um pouco de ambos e, se assim for, serei como os restantes:

Gente que se sente.

Gente que falha e se transcende.

Gente que se perde e que se encontra.

Gente que é gente.

E será isso uma forma de ser que eu queira mudar?

E será isso um mal que deva evitar?

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