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Artigo de Opinião

Ex-Presidente da Direcção da Académica da Madeira

29/07/2021 08:01

A Académica da Madeira é uma das fundadoras da Federação Académica Desporto Universitário e organiza actividades desportivas ao longo de todo o ano, em diferentes modalidades, de forma a incentivar a prática desportiva no ensino superior.

Exceptuando estes dois últimos anos lectivos, — que, devido à pandemia de COVID-19, a maioria das actividades desportivas foi suspensa — a Académica da Madeira tem vindo a dedicar-se ao desenvolvimento da prática desportiva no contexto universitário. Deve-se entender que é neste ciclo de escolaridade que muitos jovens deixam de praticar actividades desportivas pelo simples facto de, ao ingressarem no ensino superior, já não possuírem uma unidade curricular no âmbito desportivo.

Todos nós reconhecemos, ou devíamos reconhecer, que actividade física regular nas nossas vidas promove o nosso bem-estar e a nossa saúde, e ainda traz benefícios para o desenvolvimento das componentes social e mental.

Reconhecendo todas estas vantagens, não existem dúvidas de que se deve praticar desporto no ensino superior, tal como acontece noutros níveis de ensino. Isso, porém, não depende só de uma entidade ou factor, mas de um conjunto de aspectos.

Incentivar os universitários a praticar desporto implica que haja instalações desportivas. Como se sabe, as infraestruturas desportivas da Universidade da Madeira são quase nulas, possui apenas um pequeno campo na Quinta de São Roque, limitado a algumas modalidades. Isto, com bom tempo, por não possuir cobertura. Quando comparamos as nossas instalações desportivas com as restantes IES do país, sendo que em algumas delas nem curso na área do desporto possui — como na Universidade do Minho — parece mentira pensar que Educação Física e Desporto foi a primeira licenciatura a ser criada na UMa.

É, igualmente, necessário acesso a apoios financeiros à prática desportiva. A Associação Académica continua limitada a escassos recursos por parte das entidades que tutelam o desporto. Exemplo disto foi o facto de termos sido excluídos de um programa cujo lema é "Desporto para Todos"! Tão mais engraçado se considerarmos que a Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto possui um artigo sobre os princípios da coesão e da continuidade territorial que diz pretender "...corrigir os desequilíbrios originados pelo afastamento e pela insularidade".

Não posso deixar de referir a necessidade de um destacamento a nível do desporto para a Académica da Madeira, tal como já aconteceu em vários anos passados e do qual resultou o desenvolvimento de várias actividades desportivas para os jovens, com participações e, muitas vezes, excelentes classificações em competições regionais, nacionais, além de representações internacionais.

Com certeza grandes atletas madeirenses frequentaram o Ensino Superior. Se continuarmos a descurar o desporto universitário, iremos perder a possibilidade de mais conquistas e, acima de tudo, não iremos dinamizar actividades desportivas como deveríamos para os nossos jovens.

Sem desportistas, a Região e o País bem podem dizer adeus às Olimpíadas futuras!

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