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Artigo de Opinião

26/01/2021 08:10

Bem que pode ser o lema do retângulo que sobrevive na borda da Península Ibérica.

Domingo saímos de um ato eleitoral onde se escolheu o Presidente da República Portuguesa para os próximos cinco anos.

Uma eleição que decorreu sob o signo do milagre.

O milagre de ter um boletim de voto com oito nomes e oito fotografias, mas onde apenas existiam sete candidatos a concorrer.

Algum problema? Não. Claro que não! O que importa isso? Não somos uma democracia? Qual o problema de ter boletins de voto errados?

Todos se acomodaram. Todos fingem que não se passou nada. Fingem que é normal.

O problema é que não é normal!

Nenhum candidato, nenhum mesmo, se indignou verdadeiramente com este facto. Não se indignou o atual Presidente, não se indignou nenhum dos que lhe queriam disputar o lugar. Não se indignaram os partidos políticos, não se indignaram os comentadores políticos, não se indignaram os jornalistas. Nada.

Mas este milagre português tem continuação.

Os boletins tinham mais um nome, porque somos liderados por incompetentes que não são capazes de gerir o simples ato de imprimir boletins de voto certos. Somos conduzidos por nulidades ditas pensantes que não são capazes de antecipar o tempo necessário para poder receber candidaturas, verificar a sua legalidade e conceber os boletins em tempo.

Sempre dentro do milagre português que se cola à testa de toda esta gente, assistimos ao absurdo de, em tempo de pandemia não serem pensadas a tempo novas formas de votar, quer para quem está emigrado (finalmente poderia ter sido desta), quer para quem está confinado por ter COVID ou por precaução profilática.

Não. O Portugal do tal milagre fez o que faz sempre um Estado centralista gordo de ignorância, lento e trôpego, balofo de pensamento e patego de soluções. Desprezaram a criação de novas formas de contornar os problemas!

Sim. Teria sido possível. Sim, teria havido tempo. Sim, bastava querer!

Mudar uma lei em Portugal é um problema. Mexer na Constituição é uma impossibilidade. Tornar ágil o que está embrulhado é possível, mas importa querer. E ninguém quis.

Custava muito fazer votação em dois dias, sábado e domingo? Em Portugal do milagre isso é impossível.

Custava muito ter o voto antecipado com mais mesas para não assistirmos ao patético das filas com duas horas de espera? Claro que custa. Implica mudar coisas e isso é um problema no país do milagre!

Um exemplo da extrema incompetência de quem geriu este processo eleitoral, o ministro Cabrita, é o facto de os lares da Madeira não conseguirem registar os seus utentes para votar na plataforma desses senhores, porque esses lares nem existiam para Portugal!

Na noite eleitoral uma frase fica no ouvido. A do socialista Carlos César no comentário eleitoral: "a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa é uma boa notícia para o PS".

Como devemos ler esta alegria incontida?

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