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Artigo de Opinião

13/03/2021 08:02

No campo político, 2021 é o ano autárquico. As atenções de todos os partidos estão em trazer para casa o melhor resultado possível, o que poderá ser medido pelo ganho do maior número possível de câmaras e juntas de freguesia. Para o PSD, um partido tradicionalmente de governação e com uma expressão autárquica muito marcada, este ano será decisivo, quer em termos de recuperação do poder autárquico perdido, quer em termos de legitimidade na liderança do partido. Rui Rio, muitas vezes criticado por dormir na forma, antecipou-se na sugestão de adiamento deste acto eleitoral por um par de meses, ideia que, pessoalmente não desgosto, bem como foi lesto na apresentação de cem candidatos às autarquias portuguesas. Desses "cem" confirmados, alguns rapidamente se transformaram em candidatos "sem" conhecimento, sucedendo-se uma série de desmentidos, de indecisões e inclusivamente saídas irrevogáveis. Resta saber se à Paulo Portas.


Moedas à capital

Aqui não me refiro à imagem de mão estendida típica do socialismo, mas ao candidato que abraçou, e em boa hora, o desafio do PSD para a Câmara Municipal de Lisboa. Carlos Moedas foi uma lufada de ar fresco dentro do partido e fez crescer a esperança de que é possível reverter o quadro e ganhar novamente Lisboa. Obviamente não será um trabalho fácil, mas se o candidato do PSD conseguir reunir a direita em torno da sua candidatura, julgo existir à partida boas condições para uma vitória. Valores mais altos se levantam, e derrotar o socialismo deve ser a primeira prioridade.


Liberais à deriva

O não ao PSD e à coligação à direita em Lisboa, com a apresentação pública do cabeça de lista, Miguel Quintas e da sua número dois, advogada da Madonna (não é piada, a senhora foi mesmo apresentada assim) parece que foi chão que já deu uvas, ou música que já cansou. Ora, o candidato da Iniciativa Liberal durou três curtíssimos dias. Aquando da apresentação da candidatura, João Cotrim Figueiredo disse que a decisão não era fácil mas era a certa. Aqui discordamos. Muito menos concordo de que se trataria de um atalho ou falta de coerência por parte dos liberais, mas sim de terem a visão de que na união seríamos todos maiores e ganhadores, face à prioridade que atrás referi. Nenhum programa ou iniciativa dos liberais verá a luz do dia numa governação socialista.

É certo que, Tiago Mayan Gonçalves, candidato às presidenciais, era um perfeito desconhecido e o seu resultado fez inchar alguns egos. No entanto, é bom lembrar que a diferença do resultado dos liberais para o candidato Vitorino Silva, cujas ideias para Portugal passavam por umas analogias com pedrinhas e cujo orçamento de campanha passou por 50€ para sandes de courato e cervejas mini, que não gastou devido ao confinamento, foi de 0,28%. Uma magra diferença para quem se acha maior ao recusar Moedas e o PSD. É preciso cuidado com a sensação de última coca-cola no deserto. Por vezes, quando se abre já não tem gás.

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