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Artigo de Opinião

Médico-Dentista

11/05/2025 07:35

Em novembro do ano passado o mundo tremeu. Não falo de algum terramoto. Refiro-me apenas à eleição de Trump como Presidente dos Estados Unidos da América. Na altura não vi grande mal nisso. Antes pelo contrário.... Tenho esta perigosa apetência por admirar gente maluca, o que querem que vos faça? Achei que o mundo precisava, novamente, de quem o metesse na ordem.

E não é que começou bem? Uma das primeiras medidas foi nomear Elon Musk como chefe do Departamento de “Eficiência Governamental” dos EUA. Para além de inédito, passava a estar nas mãos de outro louco igual ou pior que ele. A promessa era de “abrir o caminho para que a administração desmantele a burocracia do governo, reduza o excesso de regulamentações, corte gastos desnecessários e reestruture as agências federais”, disse Trump. “Isso provocará ondas de choque em todo o sistema e em todos os envolvidos no desperdício do governo, que são muitas pessoas!”, reforçou. Gostei. Mas como raio iriam eles conseguir fazer a “limpeza” tão prometida quanto necessária?

Simples. Por email! Sim, o bilionário amigo de Trump, tratou de enviar um mail a todos os funcionários públicos com um simples pedido. “Liste 5 coisas que fez durante a semana”. Lindo! Bonito serviço. Estava o caldo entornado. Então e aqueles que não tinham feito uma mão cheia de coisas nesses dias? Aposto que começaram a ver a vida a andar para trás. Como iam justificar o ordenado (e a necessidade de manutenção do seu posto de trabalho) se não tinham feito algum?

Rapidamente se insurgiram os sindicatos e os adeptos do “dolce far niente”. Afinal, era só o que faltava. Onde já se viu uma pessoa ter que trabalhar para merecer um ordenado? Só se for na China, sei lá eu.

É que aqui também não é! Isso eu tenho a certeza. E escusam, os funcionários públicos, de empertigarem-se. Até porque não estou a falar de todos. Tenho a certeza que há muitos que justificam, e bem, o ordenado que levam para casa no fim do mês. Já outros... Bem, há outros que oxalá que o novo secretário das finanças não se lembre de questionar o que têm feito ultimamente.

Então não é que, um destes dias, tive que me deslocar à Câmara da Calheta para ir buscar um documento? E fui. Fui e fui novamente muito bem recebido. Aquilo é feito de gente que não complica. Que não faz que faz. Gente que, ao invés de procurar problemas, ajuda a encontrar soluções. Suspeito até que deve ser dos poucos sítios onde não são precisas “cunhas” para os processos “andarem”. Já do outro lado da rua, na secção das finanças, a música é outra. Se o horário da edilidade é das 9 às 16, já o dos que tratam do tesouro, fecha para almoço. 9:00-12:30 14:00-16:00. Discutível o facto de ser necessária hora e meia para almoçar? Talvez. Mas até aqui tudo bem. Saco vazio não fica em pé. E há sacos que demoram mais a encher do que outros. Tudo bem. O problema é que, para garantirem que às 12:30 estão na rua, ali às 12:10/12:15 já não atendem mais ninguém. Juro. Ou então eu fui excepção. Coisa que não creio pois, um pouco antes, já tinha sido informado que “provavelmente não vai conseguir tirar senha. Já são 12:10”. Não custava nada tentar. E lá fui eu. Assim que cheguei, estranhei ver aquele serviço vazio e pensei “que sorte, ainda vai dar”. Começo a carregar no botão e não sai talão com número. Volto a carregar. Mudo de dedo. Faço mais força. Abano a máquina. “É para pagamentos?”, ouvi. “Bem, se quer que lhe diga, não sei. Julgo que sim”. Para receber não seria, suponho. Expliquei o que me levava ali e fui informado de que teria que ir à tesouraria buscar um tal de modelo 1 de não sei do quê. Preenchê-lo. E voltar às 14h! Sim. Ao meio-dia e um quarto, num serviço que encerra às 12:30, fui “convidado” a voltar mais tarde. Agradeci a sugestão para prolongar a estadia em tão agradável concelho, mas, uma vez que se eu não trabalhasse não receberia, teria que ir embora dar ao serrote e voltar outro dia. E é se eu quiser. Porque o interesse de pagar impostos é todo meu. Enfim...

Por outro lado, quem faz horas extra é que merece castigo. É isso? Ou houve alguma outra razão para “afastar” Maurício Melim? Aprenda Dr. Que lhe sirva de lição. Isto está visto que não está para quem trabalha.

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