Sim, o bullying não é apanágio das crianças e adolescentes nas escolas - na verdade há quem não tenha crescido mental e moralmente para além dessa faixa etária e leve estas práticas- que dizem tanto, mas tanto de quem as pratica! - pela vida fora, incluindo-as, inclusive nos seus locais de trabalho.
Bullying, assédio e mobbing são conceitos que se interceptam laboralmente, e não se restringem ao poder das ditas hierarquias (sim, ainda vivemos num mundo desigual em que uns se outorgam como “superiores” de outros). Na verdade, estas práticas são veiculadas por pessoas de caráter que só pode ser mau e medíocre, e por vezes, quem as pratica também são colegas a outros colegas dentro do trabalho. E se a algum leitor lhe ocorre uma situação destas, saiba identificá-la, munir-se de provas e testemunhas e, sobretudo, defrontar esses (ou essas) autocratas, no mínimo mal-educados, com sérios problemas éticos ou mesmo outros, de saúde mental, para resolver.
Como dizem alguns (ilustres) poetas” Não te rendas!” ou “O importante é não ter medo”! - Partilhe o problema com outras pessoas amigas e familiares de confiança ou recorra mesmo às instâncias legais.
Não se permita à exposição de humilhações ou de situações constrangedoras, e saiba identificar (na prática, e legalmente) o que é o bullying/assédio/mobbing no trabalho, mesmo perpetrado por colegas:
- Tendem a isolar a levantar boatos ou difamação contra outros colegas - ah! e adoram falar mal dos colegas quando estes não estão presentes (há quem o denomine “bilhardice”; mas será mais covardia mesmo...);
- Ridicularizam colegas, muitas vezes recorrendo a piadas de mau gosto e ofensivas;
- Criticam os colegas em frente de outrem, sobretudo perante “superiores” hierárquicos (sim, os bullyes tendem a ser graxistas, sabujos e lambe-botas);
- Não apoiam os colegas nas suas dúvidas e dificuldades e são mesmo capazes de lhes sabotar o trabalho, dando-lhes informações erradas ou sonegando informações relevantes ao trabalho - que nunca é individual, é sempre coletivo, portanto sabotar um colega é sabotar todo o serviço! - e ... ah!, e quando “explicam” os domínios fazem-nos muitas vezes, intencionalmente, de forma imprecisa e confusa;
- Retiram tarefas ou sobrecarregam os colegas;
- Roubam as ideias dos colegas apropriando-se delas, assinando os (seus) trabalhos que não fizeram;
- Insinuam que os colegas têm “problemas” (de vários foros) para os inferiorizar ainda mais, e até se imiscuem na sua vida pessoal;
- Usam tons de voz e postura corporal intimidatória para os colegas;
O que fazer? Não ficar quieto nem se deixar subjugar.
Documente tudo; escreva mesmo um diário detalhado dos acontecimentos, se preciso. Guarde toda a documentação e evidencie sempre o seu trabalho (com emails mesmo que o digam para não fazer). Se possível, socorra-se de bons colegas - que os há ainda, como testemunhas. Vá ao médico (sim, o mais certo é adoecer com estas situações) e guarde toda a documentação.
E recorra a um sindicato ou a um advogado trabalhista para o orientar legalmente (nunca perca a razão com atitudes indevidas ou comprometedoras em todo o processo!).
Se os recursos humanos da sua empresa/instituição forem sensíveis a esta matéria faça-lhes uma exposição. Caso não sejam, é denunciar tudo publicamente (por meios legais) e recorrer ao Ministério Público do Trabalho.
Sobretudo, reitera-se, não permita que o/a destratem ou lhe provoquem sofrimento – venha de onde for!