O primeiro passo que demos foi formalizado num ofício que enviamos ao secretário regional da Economia, Dr. Rui Barreto, no qual deixávamos claro que considerávamos a vinda destes trabalhadores para o nosso concelho como um incremento à dinamização e atratividade de Santa Cruz, num momento em que ela é tão necessária para o período do pós-confinamento e de tentativa de recuperação económica.
Vincámos também que o número crescente destes trabalhadores remotos e as próprias potencialidades do concelho de Santa Cruz para os acolher tornaria necessário a disponibilidade de mais espaços onde pudessem exercer a sua atividade. Neste sentido, apontámos uma infraestrutura que está neste momento ao abandono e sem qualquer rentabilidade: o edifício da Boaventura, gerido pela Sociedade de Desenvolvimento.
Estávamos, então, como estamos agora, convictos de que a recuperação e otimização daquele espaço, associado a um projeto como o dos Nómadas Digitais ou outro, representaria não apenas o aproveitamento de um investimento do Governo Regional que neste momento não tem qualquer rentabilidade, estando, inclusive, a degradar-se numa zona nobre da cidade de Santa Cruz, mas também traria efeitos multiplicadores para a economia do concelho.
Isto porque está mais do que provado que a movimentação destes novos trabalhadores remotos são um fator de dinamização das economias locais, o que no caso de Santa Cruz ganha especial relevância porque iria trazer benefícios a um tecido empresarial marcado pela hotelaria e similares.
Como sempre tem acontecido no relacionamento institucional entre a Câmara Municipal de Santa Cruz e o Governo Regional, este foi um ofício que ficou sem resposta.
Mas, para quem, como nós, o mais importante é o interesse da população e do concelho que estamos a gerir em nome desta, e não a paternidade das iniciativas, o que importa mesmo é que os nómadas digitais já estão em Santa Cruz. Louve-se a abertura do Hotel Vila Galé, e a iniciativa da Startup Madeira.
A escolha de Santa Cruz é também uma honra e um orgulho para todos nós santacruzenses, porque é a prova da capacidade de atratividade que o concelho tem vindo a ganhar, é a prova das nossas potencialidades intrínsecas, e é a prova de que o nosso concelho está, cada vez mais, a ganhar o seu lugar como segundo polo turístico da Madeira, e um dos concelhos mais atrativos para se investir e viver.
Sempre defendemos que Santa Cruz tem caraterísticas únicas e todo o nosso projeto de ação assenta no aproveitamento dessas potencialidades e no lançamento de uma marca e de uma identidade que realce tudo aquilo que nos diferencia.
Todo o nosso investimento também tem ido ao encontro da valorização do que existe, da promoção do que nos define, e da abertura a uma contemporaneidade que inclua sempre a nossa história e a história por vir.
Por todas estas razões, sejam bem-vindos a Santa Cruz, nómadas digitais.