A PSP apresentou no mês passado os dados da sinistralidade rodoviária na Região em 2024. Foram 3.845 acidentes de viação, que resultaram em 12 mortos, 73 feridos graves e 1.158 feridos ligeiros.
Os despistes continuam a ser a maior causa dos acidentes, a que não será alheio o consumo sob o efeito do álcool. Na recente campanha “Taxa Zero ao Volante”, que decorreu entre 4 e 10 de fevereiro em todo o país, 4,5% do total das infrações sob o efeito do álcool foram registadas na Região, isto apesar de apenas terem sido fiscalizados nas nossas estradas 0,56% dos veículos envolvidos nessa operação. Com a agravante da maior parte das infrações serem acima de 1,2 g/l, o que já configura crime.
Por ano, são emitidas na Região mais de 50 mil contraordenações no âmbito do Código de Estrada, e com tendência para aumentar.
São números que continuam muito elevados, sinal da necessidade de mudarmos comportamentos e que evidencia o muito trabalho ainda pela frente até atingirmos a meta definida pela UE de nos aproximarmos de zero vítimas mortais e de zero feridos graves nas estradas europeias até 2050.
A importância da Educação
A Fundação Belmiro de Azevedo divulgou um estudo sobre as “Necessidades de Professores” em Portugal, onde se conclui que a falta de professores se combate com a atratividade da carreira docente, mas também aumentando a eficiência na gestão das escolas.
As organizações sindicais contestaram o estudo, enfatizando que o problema reside principalmente na falta de atratividade da carreira docente e de valorização dos profissionais de ensino.
É preciso dizer que a falta de professores é um problema comum a muitos países, que tem sido resolvido sobretudo pela via da valorização da carreira docente, que se justifica plenamente. Mas também é preciso acrescentar que essa valorização não resolve todos os problemas da educação – basta olhar para o Serviço Nacional de Saúde para ver que mais dinheiro nem sempre é a solução para os problemas e que o aumento da eficiência é igualmente central.
Sendo a Educação o principal investimento de uma sociedade, é fundamental assegurar a valorização dos docentes, mas também dos profissionais não docentes, mas sem nunca perder o foco principal de qualquer sistema de ensino – os alunos.
Valha-nos Macron
Apesar das grandes dificuldades que tem enfrentado a nível interno, a verdade é que no plano europeu, quer se goste ou não, Emmanuel Macron tem sido o único líder que parece ter percebido que a Europa teria de mudar de estratégia para não continuar a perder influência no mundo.
Isso foi evidente durante a pandemia, quando se percebeu a perigosa dependência da China em produtos básicos essenciais, com a França a defender a necessidade de aumentar a “Autonomia Estratégica” da UE, exatamente para que a situação não se voltasse a repetir, mas também com a insistência em fortalecer as empresas europeias, tornando-as capazes de competir com os gigantes chineses e sobretudo norte-americanos, que hoje praticamente “mandam” nas nossas vidas.
Com a guerra na Ucrânia, a França foi a primeira a defender a necessidade do reforço da capacidade militar da Europa, tendo tomado igualmente a dianteira na “defesa da honra” da UE perante os avanços ameaçadores de Trump.
Irrita a arrogância dos franceses – que é real –, mas olhando para a realidade dos factos é preciso reconhecer que Macron tem sido o único líder europeu a lutar para que a UE possa ter alguma importância no mundo e assim repelir as ameaças a que estamos atualmente sujeitos.