Que fornalhas se acenderam em rios de lava e revolutas de fumos negros e cinzas roubando vidas e fazendas? Que demónios fizeram tremer a terra em soluços de morte e destruição? Que deuses ou demónios terão amarrado as chuvas transformado caudais de rios em fios de água, matando à sede gentes e bichos? Que deuses ou demónios terão aberto as cortinas da chuva transformando ribeiros e córregos em catadupas destruindo bens e patrimónios, levando gentes e propriedades?

O Planeta enlouqueceu. Os deuses ou os demónios do nada trouxeram seres invisíveis e mortais espalhando o medo, a incerteza. Criando o pânico.

Que deuses ou demónios trouxeram para as ruas mãos armadas, disparando sem objectivo nem desígnios em escolas, igrejas, hospitais? Que deuses ou demónios desafiaram líbidos recalcados transformando atletas, treinadores, professores, educadores em predadores lascivos, licensiosos? Que deuses ou demónios despertaram ódios antigos unindo em tramas e maquinações, grandes nações contra a pequenez de outra que, por azar, terá nascido numa encruzilhada estratégica sob o ponto de vista militar e político?

Que deuses ou demónios transformaram, de repente um planeta azul e verde numa terra a cada dia mais despida de verde? A cada dia mais roubada do seu pulmão de ar puro? Do tónico das florestas e plainos infinitos?

Que deuses ou demónios quebraram a harmonia dos elementos? Derreteram os gelos? Aqueceram ainda mais os desertos? Enfureceram os mares? Rasgaram buracos no céu? Quebraram o equilíbrio dos elementos?

Que deuses ou demónios enfureceram o fogo e a água? Que deuses? Que demónios?

O Planeta Terra está louco.

O que o terá enlouquecido? Quem o terá enlouquecido?

Os deuses? Os demónios? A resposta está em cada um de nós. Nós. Deuses ou demónios