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Artigo de Opinião

Consultor

4/06/2025 08:00

A Organização Mundial de Saúde estima que se perdem anualmente 12 mil milhões de dias de trabalho devido à depressão e à ansiedade. Já um inquérito realizado pelo MyPerfectResume, revelou que 88% dos trabalhadores sofrem de burnout, sendo que um em cada cinco pensa em abandonar o emprego diariamente.

À medida que esta epidemia silenciosa se espalha, as organizações com visão reconhecem que pausas significativas são benéficas aos trabalhadores e essenciais ao negócio, recorrendo cada vez mais às licenças sabáticas, como forma de reter talento.

O conceito “Sabático”, do hebraico Sabbath, consiste numa pausa deliberada do trabalho baseada na prática bíblica de Shmita relacionada com a agricultura.

De acordo com o Levítico 25 (terceiro livro da Bíblia Hebraica e do Antigo Testamento), os judeus na Terra de Israel devem fazer uma pausa de um ano no trabalho dos campos, de sete em sete anos. Atualmente, uma licença sabática consiste numa licença intencionalmente prolongada do seu emprego.

Não existindo uma definição universal, dois atributos caracterizam a licença sabática. São eles a duração que deve ser idealmente entre três meses a um ano, porque a maioria das pessoas demora até 8 semanas para desligar completamente do trabalho e o desligamento, pois requer desconexão total do trabalho e, se possível, desconexão geográfica da cidade ou país durante o tempo que for possível, pois a distância facilita a quebra de velhas rotinas.

Embora a licença sabática seja um privilégio fora do alcance da maioria – são poucas as organizações que oferecem licenças pagas como um benefício formal – aqueles que o fazem são geralmente empurrados por acontecimentos súbitos, como a morte de um familiar, um problema de saúde ou uma crise na carreira. Quanto aos objetivos, podem ser para fazer coisas novas, responder a grandes questões ou recuperar de um burnout.

Relativamente aos principais desafios que dificultam a decisão de tirar uma licença sabática são eles: 1) Responsabilidades – obrigações profissionais, pessoais, logísticas e financeiras, que têm de ser resolvidas antes de ser possível fazer uma pausa prolongada. Mas é possível preencher a lacuna entre a vida rotineira e o período sabático através de uma preparação cuidadosa; 2) Perceções – obstáculos psicológicos que consistem na auto-perceção negativa e no medo do julgamento dos outros. Uma das melhores formas de aliviar essa preocupação é encontrar exemplos de pessoas que admira e que o tenham feito de forma bem-sucedida.

Finalmente, para que usufrua de uma licença sabática bem-sucedida, atente aos seguintes aspetos: 1) Estabeleça limites impenetráveis para o seu tempo livre; 2) Saia da sua cabeça e entre no seu corpo, considerando a primeira parte deste período como um espaço de cura, restauração e contacto com a natureza em vez de se esforçar imediatamente para aprender algo ou trabalhar numa ideia; 3) Priorize as relações, utilizando a flexibilidade de que dispõe para visitar as pessoas que lhe são importantes e dando prioridade à sua relação consigo próprio; 4) Não fique demasiado tempo fora, pois o perfeito é inimigo do bom. É melhor voltar ao mercado de trabalho a querer mais e melhor do que ressentir-se por não se ter transformado completamente naquilo que queria ao longo do pequeno período da sua vida em que esteve fora.

Parafraseando Albert Einstein: “Aquele que já não consegue parar para se maravilhar e ficar extasiado, é como se estivesse morto; os seus olhos estão fechados.”

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