MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

27/06/2023 08:00

No nosso tempo, quando a rua era um espaço comunitário, onde a estrada era o nosso quintal e os vizinhos se juntavam na brincadeira até o cair da noite, as férias eram feitas à porta de casa. Hoje a rua passou a ser sinónimo de insegurança, com muito mais automóveis e um maior risco de atropelamento, sendo a casa o espaço mais adequado para as brincadeiras.

Nessa altura não havia consolas, tablets ou telemóveis que nos prendessem em casa. As crianças brincavam na rua, na terra, com as bonecas e os carrinhos, subiam às árvores sem medo de cair, criavam balizas de futebol com ramos de árvores ou pedras, desenhavam no chão com pedaços de giz pistas de corrida e davam asas à imaginação. Sabiam se algum imprevisto acontecesse encontravam uma qualquer solução que lhes evitasse um castigo mais severo. Experimentavam mais e imaginavam mais. Um arranhão resultante de uma brincadeira não era entendido como uma experiência negativa, mas ajudavam a criança a conhecer os seus limites, os riscos, bem como o desenvolvimento de estratégias de proteção, segurança e superação das dificuldades.

Mas os tempos mudaram… Como tudo muda. Hoje a casa é mais protetora, as crianças permanecem em espaços fechados durante mais tempo e o apelo das novas tecnologias surge mais adequado ao espaço interior.

Para ocupar os tempos livres dos mais novos em tempo de férias letivas surgem alternativas e respostas aliciantes que refletem que a sociedade e as instituições estão atentas ao bem-estar das crianças, desenvolvendo programas de atividades que assentam em modelos de educação não formal e informal, desenvolvendo dinâmicas de caráter educativo, cultural, desportivo e recreativo, contribuindo, do ponto de vista mais macro, para o desenvolvimento saudável e de promoção da saúde e do bem estar das crianças.

Os campos de férias, por exemplo, surgem como uma resposta válida permitindo aos mais pequenos conhecer diferentes realidades e fazer novas aprendizagens. Na maioria das vezes, representam experiências nunca antes vividas, tendo por isso um papel importante no seu desenvolvimento e de exploração do seu meio envolvente.

Fomentam a autoestima e a autonomia no sentido de que estimulam a autoconfiança, permitindo desenvolver novas experiências e o trabalho de equipa. Por outro lado, estimulam o desenvolvimento físico e mental contribuindo para evitar o sedentarismo infantil, sendo o período de verão ideal para o desenvolvimento de atividades ao ar livre para estimular tanto a atividade física como a atividade mental.

São experiências significativas e enriquecedoras. Os dias são cheios de atividades e momentos divertidos proporcionando histórias e memórias futuras. É neste tipo de enquadramento que se constroem e se aprendem lições valiosas para a vida.

Os campos de férias também permitem aos mais novos conhecer novos amigos, estabelecendo laços com outras crianças que não as da escola, conhecer diferentes realidades e fazer novas aprendizagens, muitas vezes representam experiências nunca antes vividas, tendo isso um papel importante para o seu desenvolvimento psicossocial.

Boas férias!

OPINIÃO EM DESTAQUE

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Quem acha que vai governar a Região após as eleições de 26 de maio?

Enviar Resultados

Mais Lidas

Últimas