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Artigo de Opinião

Pois bem: Nos últimos anos, pensei muito sobre o insucesso do PS/Madeira e, ainda mais, sobre o contraste que existe entre este e o seu congénere nacional. Por que razão os socialistas portugueses são tão bem-sucedidos no rectângulo continental e, ao invés, perdem copiosamente há quase 50 anos na Madeira? Uns dirão que a principal causa das sucessivas derrotas advém da falta de unidade na ação; outros argumentarão que um partido, há décadas na oposição, não tem hipóteses eleitorais - confluirá, irremediavelmente, para a autofagia funcional. É verdade que o PS/M, em 2019, esteve perto de vencer. Fez pela vida, isso é seguro. Mas, infelizmente, estar perto da vitória não é vencer. Nesta senda, há um facto que é insofismável: o PS/Madeira não tem, neste momento, o elán que possuía quando disputou as eleições legislativas regionais de 2019. Em parte, porque os partidos políticos sobrevivem à custa do carisma da(s) sua(s) liderança(s) - pois são estas que, por via de regra, trazem as vitórias. É inevitável. Essencial, porém, é que a individualidade esteja ao serviço do coletivo. Vale tudo isto por dizer que o ciclo que se segue à saída de um líder carismático é, não raras vezes, um momento espinhoso na vida das organizações partidárias. Experimenta-se uma espécie de vazio que redunda, quase sempre, na ausência de um projeto claro. O PS/M ainda sente a falta de Paulo Cafôfo. E, por isso, os socialistas madeirenses - ainda que não o declarem expressamente - têm para si que a atual liderança, apesar de tecnicamente competente, não tem condições para chegar à Presidência do Governo Regional. A principal razão é esta: sente-se uma enorme insegurança nas propostas políticas apresentadas, cujo expoente máximo foi, consabidamente, a eliminação da taxa de derrama regional. Se é certo que esta estratégia eleitoral poderia ser usada e abusada pela direita regional (ainda que nunca o tenha sido, e bem), não é menos verdade que se torna incompreensível que a sua utilização seja feita por um partido de centro-esquerda, como é o Partido Socialista (e que tal dizer-se qualquer coisa de esquerda?). E, vai daí, sequestra-se a clareza política e não se permite vislumbrar um projeto político alternativo - que, simultaneamente, dê confiança aos eleitores.

No entanto, os problemas não se ficam por aqui. Na Madeira, a esquerda à esquerda do PS tem uma expressão eleitoral muito reduzida. Tem poucos votos. É histórico. Não há, nem nunca houve, uma estética de esquerda na Madeira capaz de cativar o eleitorado. Ora, tal facto, limita a possibilidade de desenhar-se uma política de alianças pós-eleitoral. Não existe uma verdadeira convergência, condição necessária, portanto, para se ampliar a base eleitoral. O ponto positivo, ainda assim, é que há uma Mulher socialista, no horizonte, para liderar os destinos do PS-Madeira no pós-2023. Por ora, está radicada na Ponta do Sol, mas é o melhor quadro político do PS-M e, certamente, quererá provar que a Madeira também pode ser liderada por uma Mulher. Mas, claro, só em … 2027.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Enfermeira especialista em reabilitação e mestranda em Gestão de Empresas
11/12/2025 08:00

O inverno chega e com ele, a pressão sobre os pulmões e sobre o sistema de saúde. As infeções respiratórias agravam-se: gripe, bronquiolites, crises asmáticas...

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