Depois, a emoção começou a tomar conta de nós, e levados pela paixão, passámos a votar em pessoas. Verdade ou mentira? Não virou moda dizer-se "eu não voto em partidos, voto em pessoas"? Virou pois. Ficava bonito. Dava uma de maturidade emocional. Uma escolha muito mais criteriosa e um aviso aos partidos. As moscas tinham que passar a ser criteriosamente escolhidas.

Hoje em dia? Hoje em dia eu já não sei bem em quem votamos. Os que ainda votam, claro. É que, volta e meia, os escolhidos ou são postos a andar ou põem-se a mexer! Pobres dos que votaram em Cafôfo em 2017. Em 2019 abandonou as funções e deixou, no seu lugar, Miguel Silva Gouveia. Nada contra. Há valores mais altos que se (a)levantam. Sobre o trabalho deste último, nada a apontar. Mas juro que se tivesse feito alguma coisa, eu valorizava. Não sou desses do contra. Ainda assim, quis ver o que valia e montou equipa para ir a votos. O resultado foi o que se viu…

Votaram Pedro Calado! Votaram Bruno Pereira. Votaram João Rodrigues. Votaram Cristina Pedra. Votaram Nádia Coelho. E votaram Margarida Pocinho! Bem, esta última, em plena campanha já mostrava alguma fadiga. Aparecia pouco. E o pouco que apareceu, ainda a levou a burnout. Queimou os fusíveis. Caiu no fundo do Pocinho. Pronto. Acontece! Ninguém é de ferro. E já de pedra, só há uma. Mas dureza à parte, e respeitando quem não se sente capaz, foi prontamente substituída. Isabel Cristina Costa era a senhora que se seguia… Se depressa entrou, mais depressa saiu! Uma oportunidade profissional imperdível ditou o adeus de uma enorme promessa. No pacote foi também a adjunta da primeira a dar de frosques. Sim, sim. Carla Batista, que se tinha desvinculado do partido azul e amarelo (tal e qual o União quando ainda era vivo) logo após as eleições de 2021, também foi de vela. Diz-se que amor com amor se paga, não é?! Eu não sei se fizeram bem ou mal. Entre partido e mulher, não meto a colher… Mas lá que o adjunto imposto é de qualidade, lá isso é! Mesmo que se tenha filiado à pressa. Não interessa. Não sei como ninguém se tinha lembrado de tamanho trunfo mais cedo. Estou certo de que haverá um antes de João Castro e um depois de João Castro. Assim, mais ou menos, como um antes de Lopes da Fonseca e um depois de Lopes da Fonseca. Estão a ver? Só não sei é quanto tempo vai durar…

Mas isso hoje em dia também não é fácil de adivinhar. Ainda agora um fulano com provas dadas foi apontado como consultor do ministro das Finanças e, em menos de nada, passou a ex-futuro consultor. Foi por um triz. Resta-me dar os parabéns pela postura. O Figueiredo deixou claro de que é feito. Quem tem cu, tem medo!

Mas se esse nem chegou a entrar, já a presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional optou por demitir-se. Demitiu-se porque, supostamente, acumulou subsídio de desemprego com "actividades pontuais" para a sua empresa. Minto. A empresa não é dela. Adelaide, de seu nome, é apenas sócia da Mindsetplus, empresa que a despediu em 2019 e que tem a filha como gerente. Pronto. Paciência. Há microempresas e depois há empresazitas familiares. Esta é só uma delas.

Bem, agora, se me permitem, vou ver quem ganhou as eleições da Associação de Criadores de Gado das Serras do Poiso. Ou foi a lista A ou a B. Das duas, uma. Na verdade, isso pouco ou nada me acrescenta. O meu gado pasta noutras paragens. Só queria era saber se foi a apoiada pelo Governo. É que dizem que este mandou entregar cerca de 30 fardos de palha, à porta das eleições. Obviamente houve quem não gostasse. Quem achasse que não passou de um apoio camuflado a uma lista concorrente. Pessoalmente também acho indigesto. Mas pronto. Está feito, está feito. E, na verdade, o ditado é antigo e diz que "todo o burro come palha, a questão é saber dar-lha". Bem, nem todos. Há uns que são alimentados a pão de ló… Mas, afinal de contas, esses não são os "escolhidos" por nós?! E os burros são eles?!