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Artigo de Opinião

Directora Business Development

28/03/2022 08:00

Portugal viveu 17.499 dias em regime de ditadura, com o chamado Estado Novo, liderado pelo ditador António de Oliveira Salazar. Foram anos sofridos em Portugal, de fome, miséria, escolaridade reduzida, num país provinciano aos olhos de uma Europa mais evoluída. Salazar era considerado por muitos, um ditador moderado e a história dita por outros, nem era considerado um ditador de todo.

Vários foram os países europeus tomados por assalto para regimes de ditadura a partir dos anos 20, onde a força e opressão pareceu na altura, ser a resposta para um regime liberal enfraquecido. Com início na Itália, em 1922, com Benito Mussolini, seguido por Salazar, em Portugal em 1932, Adolf Hitler na Alemanha em 1933, com toda a sua barbária e o general Francisco Franco em Espanha, em 1939, que se destacou pela sangrenta guerra civil, do qual viria a sair vitorioso.

Foram anos de guerra, luta e miséria numa Europa que lutava sem tréguas, deixando um rasto de destruição, medo, dor, fome, com perdas incalculáveis para famílias, muitas delas, completamente dizimadas pelo extermínio, com o pior que uma guerra pode trazer. Apesar da nossa ditadura, Portugal foi poupado da guerra, apesar de vivermos um regime de opressão na altura, Salazar tentou sempre poupar Portugal e os portugueses do massacre de uma guerra.

A Europa Ocidental de hoje, passadas várias décadas, é bem diferente de outrora. As ditaduras chegaram a um fim, a Europa uniu-se em paz e o comunismo deixou de ser a ameaça que representava, com os seus ideais utópicos.

Em Portugal e por iniciativa dos quadros médios do Exército, a Revolução dos Cravos, a 25 de Abril de 1974, poria fim à ditadura e nos daria a liberdade que todos ansiávamos. E assim já passamos mais dias em regime de liberdade, que em regime de ditadura. Somos uma democracia muito jovem, mas sólida e certa do que queremos. Estamos ainda a viver o período de limar arestas e ajustar o nosso sistema, por forma a atingirmos os pontos chaves de uma democracia em pleno: proteção dos seus cidadãos; promover a igualdade, em que todos os portugueses são iguais aos olhos da lei e todos os portugueses (residentes ou não residentes em Portugal) têm direito de voto; evitar o abuso de poder, em que os políticos eleitos têm a responsabilidade de responder com a vontade dos que o elegeram, sob pena de não serem reeleitos e a criação da estabilidade, com regras e leis que fomenta a estabilidade e protege os portugueses.

Portugal ainda vive com muita miséria, os portugueses ainda vivem com muitas dificuldades e continuam a ansiar o bem-estar que outros países europeus, com democracias mais antigas e mais robustas, vivem. Os portugueses continuam a ansiar pelo dia em que não precisam de emigrar e deixar o seu país, por forma a dar uma vida digna à sua família. Estamos certos e gratos pela nossa liberdade, mas queremos mais e melhor, para Portugal e para os portugueses. Queremos poder construir e trabalhar em Portugal, sem ter que dizer adeus aos que mais amamos e deixamos para trás. Liberdade é também, saber escolher, para um país melhor e mais consciente dos esforços de cada um de nós, de cada um dos portugueses.

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