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Artigo de Opinião

Farmacêutico Especialista

1/04/2022 08:00

Como é possível defender a guerra? Como é possível sustentá-la? Como é possível justificar uma guerra? Ninguém. Só a maldade original do Homem pode ser capaz de tal acto, isto porque ainda é imberbe, vive na obscuridade, não sentiu o sopro da Luz, o sopro de Vida. Desengane-se quem supuser que a maldade não existe no Homem, ela está em todos os Homens, mas como o Homem existe para trilhar o caminho do Bem, desprende-se desse lastro que é a maldade ignorante, primitiva, animal. Todos os dias temos encontros com laivos de maldade animal, e que não degeneram em guerra, mas apenas porque, os intervenientes não têm poder para tal, por isso fazem a guerra que podem, com as armas que tem. Observemos quem passa o dia no trânsito a buzinar e a discutir por coisas simples como cedências de passagem, famílias desavindas por heranças, violência no namoro, doméstica, aquele que por um metro de terreno mata o vizinho, tudo por causa da maldade animal e sentimento de posse e poder. Estamos de passagem, nada possuímos e só existimos em Amor.

A guerra é a forma que a imbecilidade encontrou para fazer valer a sua razão, a sua verdade sobre a dos outros, como os que vociferam na esperança de obterem a razão e na busca de uma realidade que lhes foge ao controlo, que nunca tiveram e deles não é pertença.

O Homem é um animal, no Homem Revoltado, Camus atira - "O homem é a única criatura que se recusa a ser o que é. A questão é saber se esta recusa não pode levá-lo senão à destruição dos outros e de si próprio". A animalidade do homem, que se oculta perante uma racionalidade putativa, é infelizmente por estes dias uma realidade.

A pandemia, que teria o condão de nos levar a refletir sobre o mundo, o mistério da Vida, o nosso contributo para com a mesma, a nossa missão, parece que, ao invés, despertou no homem uma maior animalidade, as pessoas parece que andam sobre brasas quentes, a aceitação tão necessária da nossa condição humana, de fragilidade e de espectro efémero não ocorreu!

A variável tempo, aquela que não controlamos e verdadeiramente apresenta um enorme poder sobre nós, escapa-nos por entre os dedos, corremos atrás do nada, as pessoas estão a tentar compensar o tempo perdido, ao fazê-lo ultrapassam estadios, fases, pessoas, perdem-se a seguir as máximas dos livros de autoajuda, todos serão grandes empreendedores, todos terão belas famílias, todos viajarão muito, todos serão milionários, todos serão felizes, todos poderão tudo!

A sociedade já há muito absorveu o conceito do empoderamento pessoal, somos todos pequenos super-humanos, e o capitalismo consumista é o melhor escape para qualquer crise existencial!

As pessoas deixaram de pensar enquanto ser colectivo e relacional, são seres individualistas, amar aos outros como a nós mesmos é a mensagem Universal!

A imposição de verdades parece regra vigente.

Somos seres relacionais, e vivemos num espaço partilhado, assim sendo a existência em sociedade pressupõe aceitação e consciência de uma necessária vida em comunidade, e a existência num plano colectivo, baseado em respeito George Bernard Shaw - "Não faças aos outros aquilo que gostarias que te fizessem a ti. Os seus gostos podem ser diferentes dos teus", a imposição de verdades não se coaduna com uma existência pacífica!

Precisamos de Paz e de Amor, condições sine qua non para alcançar o futuro, pois sem Paz e Amor o futuro não existe!

O caminho do Bem é o único possível, nele a guerra não passa de uma imbecilidade atribuível a seres informes e boçais!

No caminho do Bem, só a Paz e o Amor existem, sem ingenuidade, com a certeza de necessidade de aceitação de toda esta nossa condição humana, frágil efémera tão volúvel ao condicionamento externo, em que a dor, a perda, a tristeza, a frustração, também fazem parte do processo, compete-nos aceitá-lo e dar a mão a quem precisa nesse momento!

"No Amor os nossos problemas desaparecem". Pipes of Peace Paul McCartney 1983.

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Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
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