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Artigo de Opinião

14/11/2023 08:00

Como somos todos destituídos de capacidades suficientes para compreender o que fazem os governos e qual a sua função, António Costa convocou uma conferência de imprensa para a hora do jantar, onde a partir de São Bento falaria a todos.

Um pequeno detalhe: na terça-feira anterior, depois de ter o seu chefe de gabinete e o seu melhor amigo (que era consultor para tudo e mais alguma coisa - o "grande influenciador") detidos, de ter o ministro João Galamba constituído como arguido por suspeição de favorecimento na construção de um data center em Sines, para além de outros administradores de empresas envolvidas nos casos e igualmente detidos, António Costa apresentou a sua demissão ao Presidente da República.

Também está envolvido em escutas sobre lítio e hidrogénio e foi aberto um processo à parte que o envolve.

Pois é. O primeiro-ministro apresenta demissão. Os partidos e o Conselho de Estado são chamados a se pronunciar e Marcelo Rebelo de Sousa decide dissolver a Assembleia e convocar eleições.

Mas com um pequeno detalhe. As eleições serão daqui a 120 dias!

Sim, 120 dias contadinhos a partir do dia em que anunciou a sua decisão.

Ao tomar a decisão de que não publica o decreto de demissão de António Costa e consequentemente de dissolução da Assembleia da República sem que antes o Orçamento de Estado seja aprovado (o que só acontecerá a 29 de novembro) Marcelo alimenta uma inenarrável máquina de propaganda posta em marcha pelos socialistas.

Primeiro os ministros, que foram noticiados como estando sob suspeita, apresentam-se na Assembleia para uma normalíssima defesa do Orçamento de Estado para 2024. Como se nada se passasse.

Basta ver a arrogância, sobranceria e até falta de educação com que João Galamba se apresentou na Assembleia, como se estivesse carregadinho de moral, ética e prestígio!

Aos olhos dos portugueses parece que os acusados, todos em funções ( e não demitidos) pois assim entendeu Marcelo, ficam como que com a face lavada e reabilitados para a nobre função de políticos sérios, honestos e íntegros, no legítimo desempenho do seu papel de servidores da Pátria!

Marcelo Rebelo de Sousa é o único responsável por este branqueamento! Lamento!

Mas voltando ao início deste artigo.

António Costa, instruído pela máquina de comunicação que orienta a ação do PS e do seu Governo, este sábado fez o segundo ato de toda esta propaganda.

Pediu desculpas por terem sido encontrados 75 mil euros espalhados em envelopes, entre livros e garrafas de vinho no gabinete do seu Chefe de Gabinete. Anunciou-se humildemente envergonhado e partiu para a vitimização.

Branqueou toda a ação do seu governo, dos ministros, das instituições que estão a seu cargo, com o pretexto de que é fundamental atrair investimento estrangeiro e procurou demonstrar que tudo o que foi feito não foi mais do que agilizar, facilitar, ajeitar.

Tudo em nome do bem de Portugal. Tudo em favor do crescimento da Nação portuguesa!

Mais palavras para quê?

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