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Três detidos na operação da PJ a incêndio em autocarro durante tumultos em Loures

Data de publicação
27 Novembro 2024
22:27

Três pessoas foram hoje detidas na operação da Polícia Judiciária (PJ) em Loures, distrito de Lisboa, relacionada com o incêndio num autocarro em Santo António dos Cavaleiros que em outubro feriu gravemente o motorista, adiantou à Lusa fonte policial.

De acordo com fonte policial, a operação resultou em três detidos e as investigações prosseguem.

Fonte da PJ tinha avançado hoje de manhã à Lusa que a operação, envolvendo vários inspetores da diretoria de Lisboa da PJ, cumpriu mandados de busca e que vários suspeitos estavam a ser ouvidos, adiantando estar em causa o crime de homicídio na forma tentada.

Os suspeitos são alegadamente os responsáveis pelo incêndio e ataque direto contra um autocarro em Santo António dos Cavaleiros, em Loures, durante a onda de tumultos gerada na Área Metropolitana de Lisboa pela morte de Odair Moniz, baleado por um agente da PSP no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, há cerca de um mês.

O autocarro da Carris Metropolitana já estava sem passageiros quando se deu o incidente, mas o motorista, que ainda estava no interior, sofreu “queimaduras graves na face, tórax e membros superiores”, adiantou na altura a PSP.

De acordo com fonte da Rodoviária de Lisboa, operador para o qual trabalha o motorista, este teve “alta hospitalar a semana passada, encontrando-se em recuperação em casa”.

O cabo-verdiano Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois.

Nos tumultos que sucederam à sua morte, nos dias seguintes, foram incendiados mais autocarros, dezenas de automóveis e contentores do lixo, mas o ataque que deixou em estado grave o motorista é o mais grave em investigação.

De acordo com a versão oficial da PSP, Odair Moniz ter-se-á posto “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria e isenta” para apurar responsabilidades, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.

As autoridades desencadearam inquéritos, mas ainda não são conhecidas conclusões.

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