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Organizações da sociedade civil pedem resposta a violência nas escolas

Data de publicação
16 Novembro 2025
20:34

Organizações da sociedade civil exigiram hoje resposta das instituições às denúncias de violência nas escolas e reforço da educação para a cidadania, depois do episódio em que um aluno perdeu as pontas de dois dedos, em Cinfães.

“Infelizmente este caso não é único. Têm-se multiplicado em todo o país casos de ‘bullying’, muitas vezes sob a forma de agressões, que têm como alvos preferenciais crianças migrantes e racializadas”, denunciam num comunicado conjunto a SOS Racismo, a Plataforma Já Marchavas e a Queer Tropical, referindo-se ao caso de um aluno da escola de Fonte Coberta, em Cinfães, Viseu, que perdeu as pontas de dois dedos.

Estas organizações entendem que situações como esta exigem ação das instituições, “no sentido de responder com celeridade às denúncias de violência nas escolas e reforçar a educação para a cidadania, com particular ênfase no desenvolvimento da empatia, do antirracismo e antixenofobia”.

A violência contra pessoas e comunidades estrangeiras, consideram, “tem-se manifestado de diversas formas”, recordando que “a extrema-direita” - numa alusão ao partido Chega - expôs o nome de crianças durante um debate no parlamento sobre a lei de migração, “instrumentalizando-as de maneira vil e repugnante”.

“Atitudes como essa legitimam, na esfera pública, atos violentos que devem ser combatidos”, pedem estas associações, considerando fundamental o trabalho de toda a comunidade - pais, educadores e estudantes – nesse sentido.

“Portugal, como país signatário da Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), tem o dever de proteger a infância e todas as crianças que aqui estejam, sem distinção”, lê-se ainda no comunicado.

A Inspeção-Geral da Educação já abriu um processo para averiguar as circunstâncias em que a criança perdeu as pontas de dois dedos, revelou no sábado à Lusa fonte do Ministério da Educação.

Na sexta-feira, Carlos Silveira, o diretor do Agrupamento de Escolas de Souselo, em Cinfães, tinha indicado à Lusa a abertura de um inquérito interno “para apurar os factos”.

A situação foi denunciada por Nivia Estevam, que na rede social Instagram se apresenta como “mãe da criança de 9 anos que teve as pontas dos dedos amputados dentro da escola em Portugal”, no concelho de Cinfães.

“Duas crianças fecharam a porta nos dedos do meu filho” quando ele foi à casa de banho, impedindo-o “de sair e pedir ajuda”, contou Nivia Estevam, acrescentado que o episódio aconteceu depois de já ter feito outras queixas relativas a “puxões de cabelo, pontapés e enforcamento”, sendo que “nenhuma atitude foi tomada pela escola”.

Carlos Silveira escusou-se a dar mais esclarecimentos sobre o episódio, que aconteceu na segunda-feira, por decorrer o inquérito interno, mas garantiu que “os socorros foram prontamente chamados” e a escola desenvolveu os procedimentos adequados.

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