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Médio Oriente: Manifestação pró-Palestina é compreensível perante “catástrofe humanitária” diz Rangel

Data de publicação
11 Junho 2025
21:44

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, disse hoje compreender a manifestação de jovens em defesa da Palestina, perante a “catástrofe humanitária” da guerra em Gaza, durante uma conferência em Lisboa, rejeitando as acusações de genocídio.

“Há uma coisa que eu compreendo: perante a catástrofe que está em causa, é natural que pessoas, jovens e mais velhos, se levantem desta forma. Isso não acho extraordinário, acho natural e não acho sequer censurável. Acho que faz parte da liberdade de manifestação”, comentou Paulo Rangel, no início da sua intervenção na conferência “40 Anos de Portugal na União Europeia: O Legado de Mário Soares e os Desafios do Futuro”, na Feira do Livro, em Lisboa.

“É até compreensível, dada a catástrofe humanitária que está em curso”, comentou ainda.

No início da conferência, cinco jovens acusaram o chefe da diplomacia portuguesa e a União Europeia de serem “culpados de genocídio”, irrompendo no recinto, com cartazes em que se lia “Rangel culpado de genocídio”, “UE culpada de genocídio”, “Para de consentir, começa a agir”, empunhando uma bandeira da Palestina.

A ação, organizada pelos movimentos Climáximo e Greve Climática Estudantil, não interrompeu a conferência, que prosseguiu, enquanto elementos da polícia e seguranças retiravam os manifestantes do auditório, que continuaram o protesto no exterior, antes de dispersarem.

Rangel defendeu que “o que é censurável é quando se atira tinta para as pessoas”, o que “não é inocente” e pode até causar “lesões gravíssimas para as pessoas”.

“Eu sou daqueles que defende o direito à manifestação, desde que seja feito como este foi, marcar um ponto e depois não impedir que os outros exerçam a sua liberdade à expressão”, acrescentou.

Rangel sublinhou depois que “ao contrário do que toda a gente diz, não houve nenhum governo português que fizesse tanto como este”.

“Quando há um governo que faz muito mais que todos os outros que fizeram antes, é criticado de ser cúmplice do genocídio. Os outros que nada fizeram, pelos vistos estavam muito bem”, lamentou.

O ministro recordou que Portugal votou favoravelmente, nas Nações Unidas, a admissão da Autoridade Palestiniana como membro de pleno direito da ONU e que proibiu qualquer exportação de armas para Israel.

“A esquerda toda fala, mas houve a ‘geringonça’ e não fizeram nada. Podiam nessa altura ter feito tudo. O Governo socialista não proibiu a venda de armas a Israel até abril de 2024. Não estou a criticá-los, admito que isto era uma avaliação que estava em curso”, comentou.

O governante também criticou os partidos da esquerda por apresentarem agora propostas pelo “reconhecimento imediato” do Estado da Palestina.

“Pena é que há 14 meses podiam tê-lo feito e não o fizeram”, referiu.

Sobre esta matéria, Rangel reiterou que o Governo da Aliança Democrática (PSD/CDS-PP) “nunca esteve fechado a um futuro reconhecimento” e que é algo que está “em permanente avaliação”.

“E é assim que estamos e estamos a falar com Estados”, disse.

Sobre a conferência sobre a solução dos dois Estados, que decorre nas Nações Unidas entre os próximos dias 17 e 20 – na qual o ministro dos Negócios Estrangeiros participará -, Rangel disse ter “bastante esperança que alguns passos concretos sejam dados por parte dos vários atores”.

“Veremos. Estamos todos em negociações intensas”, afirmou.

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