O candidato à Presidência da República apoiado pelo PCP considera “deplorável” a atual situação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e indica a falta de investimento público como principal causa para as falhas que se têm vindo a registar nas últimas semanas.
“Nós somos confrontados com acontecimentos absolutamente deploráveis na área da saúde, que resultam da falta de investimento no SNS”, afirmou à margem da reunião que manteve esta manhã com a USAM, dando o exemplo de casos recentes de grávidas que deram à luz fora das unidades hospitalares e ao episódio trágico da morte de uma mãe e da sua bebé.
Quando questionado pelos jornalistas acerca de uma eventual demissão da ministra da Saúde, o candidato recusou prenunciar-se sobre o assunto. “Não compete aos candidatos à Presidência da República escolher os membros do Governo. Essa é uma responsabilidade exclusiva do Primeiro-Ministro, que deve assumir as consequências pelos atos do seu Governo”, disse.
António Filipe ainda assim critica a redução de verbas no setor da saúde: “Quando há cortes de 10%, é difícil falar de gestão eficiente. Como o povo diz, não se fazem omeletes sem ovos. Há algo que não está certo quando discutimos mortes por falta de assistência do SNS e, ao mesmo tempo, cortes no financiamento.”
Sobre a privatização da TAP, o comunista admite que representa “um risco para o país, e para o interesse público”, realçando a importância de manter a companhia aérea nacional.
“A TAP é essencial para garantir as ligações entre o continente e as regiões autónomas, bem como com as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Entregar a empresa a investidores privados, alheios ao interesse nacional, seria um erro grave”, fundamentou.
Questionado sobre a saída do advogado de José Sócrates do processo judicial, o candidato limitou-se a dizer: “Não tenho nada a ver com isso. É um assunto entre ele, o seu advogado, os juízes e o Ministério Público”.