O primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, saudou hoje a recente decisão de expandir os colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada que os palestinianos e a comunidade internacional consideram ilegais.
Durante uma visita ao colonato de Elkana, Bennett apresentou a expansão dos colonatos como resposta à recente violência palestiniana.
Por seu lado, os palestinianos veem a construção de colonatos como o principal obstáculo à paz, porque mina ainda mais as suas esperanças de um Estado independente nas terras que Israel apreendeu através da guerra.
"Face à violência inimiga, a resposta sionista tem sido sempre o estabelecimento de colonatos, a segurança e a imigração. Na semana passada, aprovámos aqui em Elkana, no meu entendimento, o maior volume de construção de uma só vez, desde o estabelecimento da cidade", afirmou Bennett.
O chefe do executivo israelita devia estar a referir-se à aprovação de mais de 4.000 habitações para colonos por parte de um organismo de planeamento militar.
Essa decisão surgiu uma semana depois de o Supremo Tribunal de Israel ter confirmado uma ordem de expulsão de pelo menos 1.000 palestinianos de uma região da Cisjordânia declarada como zona de tiro militar.
Israel capturou a Cisjordânia na guerra do Médio Oriente de 1967 e os palestinianos querem que a região faça parte do seu futuro Estado, embora o Estado hebreu já tenha construído 130 colonatos que albergam quase 500.000 pessoas.
Cerca de três milhões de palestinianos vivem na Cisjordânia sob o domínio militar israelita.
A maior parte da comunidade internacional, incluindo a administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, vê os colonatos como um obstáculo à paz, porque diminuem e dividem o território onde poderia ser estabelecido um Estado palestiniano independente.
No entanto, as potências mundiais não deram a Israel qualquer incentivo para parar de os construir, apesar de apelarem a uma solução de dois Estados.
Bennett, um apoiante de longa data dos colonatos e que em tempos liderou o principal conselho de colonos, opõe-se à criação de um Estado palestiniano.
A coligação que lidera inclui partidos de todo o espetro político de Israel, incluindo alguns que se opõe aos colonatos.
No interesse de manter a coligação unida, exclui quaisquer iniciativas importantes de paz ou a anexação direta, ao mesmo tempo que continua a expandir os colonatos e a tomar medidas para ajudar economicamente os palestinianos.
Há mais de uma década que não há conversações de paz sérias ou substantivas.
Muitos palestinianos encaram os ataques a Israel como uma resposta inevitável a quase 55 anos de ocupação militar sem fim à vista.
LUSA