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Julgamento de 84 acusados de violar proibição de manifestação começa em Dacar

JM-Madeira

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Data de publicação
27 Junho 2022
17:00

O julgamento de 84 pessoas, incluindo dois deputados da oposição senegalesa, que desafiaram uma proibição de manifestação num clima de tensão pré-eleitoral começou hoje num tribunal de Dacar, foi hoje noticiado.

À sua chegada à sala, os acusados, incluindo os deputados Déthié Fall e Mame Diarra Fame, foram aplaudidos pelo público que se concentrou para os apoiar.

O principal opositor, Ousmane Sonko, estava entre os manifestantes, juntamente com vários dirigentes do seu movimento, relatou a agência France-Presse.

Em 17 de junho, uma manifestação convocada pela oposição foi proibida pelas autoridades, alegando o risco de distúrbios.

Dacar e Casamansa (sul) foram nesse dia palco de confrontos que deixaram três mortos e as autoridades detiveram mais de 200 pessoas em todo o país, segundo a oposição, que exigiu a sua libertação.

"Rejeito todos os factos de que me acusam", disse Déthié Fall.

"Não participei na manifestação porque ela não existiu. Estamos no Senegal. O direito à manifestação está inscrito na Constituição", afirmou o deputado.

Mame Diarra Fame disse, por seu lado, que tinha ido visitar Barthélémy Dias, presidente da Câmara de Dacar e figura da oposição, com os seus dois filhos quando foi metida numa carrinha da polícia.

"Agora digam-me se no Senegal as leis impedem de visitar os amigos, pais ou familiares?", questionou.

Os dois parlamentares dizem ter sido "removidos" sem "qualquer respeito" pela sua função.

As tensões aumentam no Senegal desde que o Conselho Constitucional confirmou a invalidação, em 03 de junho, da lista de candidatos da coligação Yewwi Askan wi às legislativas de 31 de julho.

O principal opositor, Ousmane Sonko, terceiro mais votado nas presidenciais de 2019 e candidato declarado às de 2024, bem como outras figuras da oposição, ficaram excluídos da corrida eleitoral.

A oposição reclama o restabelecimento da lista e ameaça boicotar as eleições, tendo já convocado um novo protesto para quarta-feira.

Sonko instou o Presidente do Senegal, Macky Sall, a libertar os membros da oposição presos, ameaçando que, caso contrário, os seus apoiantes irão "buscar esses reféns políticos, custe o que custar".

Muitas organizações da sociedade civil pediram à oposição e às autoridades nos últimos dias diálogo e contenção para evitar uma escalada.

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