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Guterres considera inaceitável rejeição de comboios humanitários

Data de publicação
25 Março 2024
12:33

O secretário-geral da ONU, António Guterres, considerou hoje “totalmente inaceitável” a decisão de Israel de proibir mais comboios humanitários da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) para o norte da Faixa de Gaza.

“A decisão de não permitir comboios da UNRWA para o norte de Gaza, onde temos uma situação dramática de fome, é totalmente inaceitável”, disse o líder da Nações Unidas numa conferência de imprensa em Amã, ao lado do ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi.

Para Guterres, aqueles que tomaram a decisão “devem assumir a responsabilidade face à História pelas consequências em relação à dramática situação da população no norte de Gaza”.

É “absolutamente essencial haver um fornecimento massivo de ajuda humanitária”, defendeu António Guterres, sublinhando que isso implica até abrir mais pontos de entrada.

“Isto significa uma concentração de esforços de todas as entidades, sem obstáculos e sem limitações do lado israelita, para poder resgatar a população do norte de Gaza que está em risco iminente de fome. Muitas crianças já estão hoje a morrer de fome”, afirmou.

Guterres está hoje na Jordânia, a propósito do Ramadão, o mês sagrado muçulmano, que também o levou, este fim de semana, ao Egito, onde visitou a passagem de Rafah, único ponto não controlado por Israel até Gaza e por onde passa a maioria da ajuda humanitária.

No domingo, o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, afirmou que Israel informou a ONU de que não aprovará mais comboios humanitários com destino ao norte da Faixa de Gaza.Israel não esconde as suas intenções de expulsar a UNRWA da Faixa de Gaza e acusa a organização de ter ligações diretas ao grupo islamita Hamas.

Na sexta-feira, o Governo israelita afirmou que quase 17% dos trabalhadores da UNRWA em Gaza são “membros de organizações terroristas” e pelo menos 15 tiveram “envolvimento direto” no massacre de 07 de outubro do Hamas em território israelita.

“A UNRWA não pode desempenhar nenhum papel na Faixa de Gaza, quebrou toda a sua neutralidade”, e deve encontrar-se um “substituto”, afirmou o porta-voz da embaixada de Israel em Madrid, Tal Itzhakov.

Numa videoconferência com jornalistas, o porta-voz mencionou uma atualização do relatório de Israel sobre esta matéria, com informação e documentos obtidos pelos serviços secretos israelitas em Gaza sobre “a infraestrutura terrorista”.

Itzhakov, que nomeou um desses “terroristas” identificados, indicou que há “2.135 membros do Hamas e da Jihad Islâmica” a trabalhar na UNRWA na Faixa de Gaza. Mais precisamente, 485 são “membros do braço militar das organizações terroristas” e 1.650 do movimento Hamas.

No dia seguinte, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, acusou a ONU de ser uma organização anti-israelita e antissemita, que incentiva o terror.

Numa publicação na rede social X, Israel Katz acusou António Guterres de culpar Israel pela situação humanitária em Gaza.

O secretário-geral da ONU afirmou, no Egito, que o “mundo está farto” do “pesadelo sem fim” em Gaza, após mais de cinco meses de guerra entre Israel e Hamas no território palestiniano.

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