MADEIRA Meteorologia

Extrema-direita e esquerda radical francesas apoiam moção de censura ao Governo

Data de publicação
04 Dezembro 2024
17:35

A líder da extrema-direita francesa defendeu hoje a moção de censura contra o executivo de Michel Barnier, para acabar com “um Governo de aparências”, enquanto a França Insubmissa (esquerda radical) garantiu que “a maioria do povo” apoia a iniciativa.

Marine Le Pen anunciou, durante o debate no parlamento, que votará favoravelmente a moção de censura, para pôr fim a “um Governo de aparências” que quis “prolongar as políticas” do Presidente Emmanuel Macron, e que “por intransigência, dogmatismo e sectarismo impediu a mínima concessão” à oposição.

O deputado do partido da França Insubmissa (LFI), Éric Coquerel, garantiu que “a maioria do povo” apoia a moção de censura que será hoje votada contra o Governo, que qualificou de “ilegítimo”.

Coquerel também criticou Barnier por tentar evitar a sua queda ao alinhar-se com a extrema-direita de Marine Le Pen e os seus valores.

Boris Vallaud, líder do Partido Socialista (PS) francês, aliado às outras forças de esquerda na coligação Nova Frente Popular (NFP), concordou com Coquerel.

“Esta moção de censura é um apelo a um reforço moral”, sublinhou Vallaud, reiterando o apoio do PS à moção de censura apresentada pelo LFI.

O líder socialista sublinhou, de igual modo, que Barnier falhou e que “em momento algum dialogou com a oposição de esquerda”, como fez com a extrema-direita de Le Pen.

Apesar da posição oficial de Vallaud, a eventual falta de apoio dos deputados socialistas a esta moção de censura é uma das escassas hipóteses de sobrevivência do Governo de Barnier.

Nos últimos dias, vários membros do executivo tentaram apelar a possíveis deputados dissidentes entre os socialistas, pedindo “responsabilidade” para não mergulharem a França num contexto de caos e desencadearem uma potencial crise económica.

A moção vai avançar devido a uma frente partilhada entre a esquerda radical e a extrema-direita, que ultrapassam a maioria absoluta necessária, algo com que a própria Le Pen disse não estar particularmente “feliz”, mas a que, na sua opinião, é “obrigada” pelas “instituições”.

Se o executivo cair, agrava-se a crise política criada pela dissolução da Assembleia Nacional pelo Presidente Emmanuel Macron, em junho, na sequência da vitória da extrema-direita nas eleições europeias.

No mês seguinte, as eleições legislativas deram origem a uma Assembleia Nacional muito fragmentada e Barnier só tomou posse como primeiro-ministro em 05 de setembro, sucedendo a Gabriel Attal, após 60 dias de impasse.

Com o atual cenário, o país corre também o risco de uma crise financeira ligada ao nível de confiança dos mercados na capacidade das autoridades públicas de contrair empréstimos a taxas baixas.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Farmacêutico Especialista
6/03/2025 08:00

Há 30 anos atrás, em 1995 ocorre o “annus mirabilis” da Britpop.

Qualquer melómano que se preze, mesmo que não aprecie (por uma questão de gosto pessoal),...

Ver todos os artigos

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Como está a acompanhar a situação clínica do Papa Francisco?

Enviar Resultados

Mais Lidas

Últimas