No primeiro período de debate, Raimundo Silva, vereador na Câmara do Porto Moniz e também coordenador regional da Associação de Gerontologia Social, usou da palavra para defender "mais saúde no social", entendendo que este é o maior desafio da longevidade.

Raimundo Silva considera que a integração entre a saúde e o social é muito importante, dando como exemplo os cuidados de longa duração. Nesse âmbito, concordou com Guida Vieira, ativista em várias áreas de ação social que foi uma das oradoras nas Jornadas Madeira, entendendo que tem de ser repensada a forma e o modelo como estão a ser organizados os lares na Região.

"De facto, as pessoas que estão precisam de internamento são pessoas que, de facto, padecem de alguma patologia e são as patologias que muitas vezes efetivamente não condicionam, mas promovem o internamento necessário", referiu. É precisamente por esse motivo que entende que o segredo da longevidade é dar "mais saúde no social".

Na sua intervenção aproveitou ainda para deixar uma questão ao painel de convidados: ‘Como pensa o setor social enfrentar este cenário? As respostas sociais existentes respondem a esta necessidade?", questionou.

Na resposta, Rita Andrade, secretária regional de Inclusão, a qual vincou que a saúde e o social têm estado de mãos dadas, lembrou que desde 2019 "a Região apresentou uma resposta que se chamada rede de cuidados continuados integrados de longa duração", adiantando que neste momento existem 399 camas que "são respostas adicionais em relação ao que havia em termos de lares".

"Nós fazemos de tudo para que os lares são sejam depósitos como a senhora Guida Vieira disse. Queremos que os nossos idosos estejam ativos e sejam felizes. Mas, de facto, é verdade que ao envelhecermos mais cedo ou mais tarde à uma série de outras patologias que naturalmente vão aparecendo e que há cuidados de saúde que necessariamente têm de ser dados e nós temos tido essa preocupação", sustentou.

Por seu turno, Guida Vieira reiterou o que já tinha dito oportunamente neste debate: "Os nossos lares têm tudo misturado. Aquilo que eu defendi aqui é uma separação entre o que são as pessoas já doentes que precisam de cuidados como doentes e não devem estar em lares, devem antes estar numa unidade de saúde para serem tratadas como pessoas", afiançou.