Rui Abreu, visitou, hoje, no período da tarde, o grande armazém de bebidas Midway, agora, totalmente reconstruído, propriedade de Orlando Marques que viu o seu estabelecimento ser totalmente saqueado e reduzido a cinzas nos saques de 21 de julho de 2021 que assolaram o país de lés a lés.

. O saque daquele gigantesco armazém demorou três dias a ser totalmente removido e sobre os olhares da polícia incapaz de intervir para proteger as instalações e um stock no valor de 40 milhões de randes.

Foram destruídos veículos, empilhadores, aparelhos de ar condicionado, equipamento eletrónico, camaras de segurança. Um total de vinte oito camiões foram utilizados para retiração de vidros partidos e calcinados pela fúria das chamas de fogo culposo ateado na loucura do 21 de julho. Uma semana após estes condenáveis acontecimentos.

Orlando Marques, na altura, disse ao JM que não sabia se iria reconstruir tudo, estava muito indeciso. Era um prejuízo incalculável e não havia garantias de não voltava a suceder. A situação era demasiado volátil, os protestos continuavam, a violência aumentava e a falta de intervenção adequada era notória. Orlando Marques disse, hoje, ao JM que durante alguns dias ficou emocionalmente afetado. Pensou, pensou profundamente, até que que passados algumas semanas decidiu reconstruir tudo de novo. Recebeu de grandes organizações ofertas por aquele espaço, ofertas tentadoras. Mas lá no seu íntimo não queria voltar atrás com a sua própria decisão. Reconstruiu as instalações, de aproximadamente 3.000 m2, completamente modernizada.

Conseguiu recuperar 60% do seu pessoal, pois os outros fugiram para as suas terras com receio de mais violência.

Hoje as suas vendas aproximaram-se às de 2021 antes desta insurreição que colocou a África do Sul no plano inclinado para a destruição. Espera que acontecimentos idênticos não se voltem a repetir no país. Solicitado a dizer se teve pesadelos ou perturbações de ordem psicológica, respondeu negativamente, sublinhando que é uma pessoa calma e sobretudo otimista e isso é muito importante. Se pensarmos que algo de mal possa correr mal, as coisas acabam por correr mal.

Rui Abreu disse ao JM ter ficado muito bem impressionado e que este é um caso, um exemplo de coragem. O secretário regional visitou as instalações na totalidade e recebeu explicações sobre determinadas funções e procedimentos em execução permanente após o recomeço de uma operação desta magnitude. Foi mais uma visita a um emigrante da comunidade que foi demasiado prejudicado pela ação tresloucada imperdoável de ações essas que refletem o que não famosos na África do Sul têm de enfrentar no seu quotidiano.

José Luiz da Silva – Correspondente em Joanesburgo (África do Sul)