O monarca Zulu reagiu contrariamente à decisão do Tribunal Constitucional da África do Sul, que permite que os homens adotem os sobrenomes de suas esposas.
O rei Misuzulu criticou, publicamente, quando se encontrava acompanhado pelo primeiro-ministro do Kwazulu-Natal, Thamsanqa Ntuli e pelo tradicional vice-ministro da Casa Real Zulu, Inkhosi Phatrhsizwe Chiliza durante a celebração do Umkhosi weLembe realizada em Kwadukuza, a norte da cidade de Durban, na província do Kwazulu-Natal no dia do Património Cultural (Heritage Day).
A nação Zulu celebrou intensamente a efeméride de 24 de setembro como o dia em que o Rei Shaka KaSenzangakhosa, fundou e uniu o povo Zulu em 1815, tendo sido assassinado pelos seus irmãos, incluindo o Rei Dingane, o Príncipe Mhlangana e um membro do círculo íntimo, Mbopha kaSithayi.
O Rei Misuzulu exortou os homens zulus a não adotarem os sobrenomes de suas esposas, achando deplorável a decisão judicial e apelou que nunca permitam que isso aconteça.
Como pode um homem usar o sobrenome da esposa, questionou o monarca. Isto é o fim do mundo, exclamou, acrescentando de que se trata duma decisão que tem o objetivo de enganar a nação, descrevendo-a como ichilo (vergonhosa).
Precisamos de nos ater à nossa cultura e costumes que sempre nos guiaram desde a época do rei Shaka e de todos os outros reis.
O vice-primeiro ministro tradicional zulu, Chiliza, expressou igualmente o seu repúdio com a decisão do Tribunal Constitucional, dizendo que isso é algo muito estranho para nós.
O primeiro-ministro do Kwazulu-Natal, por sua vez, aproveitando o evento fez um apelo aos homens zulus para liderarem a luta contra a violência de género que grassa intensamente na província e que a nação também deve levantar-se e combater o crime, que não é tarefa exclusiva da polícia, os cidadãos devem também participar, pois são eles que convivem com os criminosos na sociedade, afirmou.