Segundo apurou o JM, Luís de Freitas, um emigrante alegadamente luso venezuelano com raízes na Madeira, foi sequestrado, ontem, à noite no bairro de Alexandra, a norte da cidade de Joanesburgo.

Neste momento, o JM não pode confirmar com precisão a naturalidade da pessoa aprisionada, ilegalmente por agentes do crime organizado que se alastra na África do Sul de lés-a-lés, num país que se preocupa com a violência do Médio-Oriente, mas que não dá sinais de vontade em neutralizar os sequestros e violência criminal que têm atingido elevados níveis no país. ~

No entanto, neste momento (10:09 CAT), um comerciante português, natural da Região Autónoma da Madeira, confirmou ao JM que o veículo de Luís da Freitas foi encontrado com várias perfurações de projéteis de arma ou armas de fogo, possivelmente usadas para imobilizarem o veículo conduzido pela vítima.

É sabido que este tipo de crime não é um crime de oportunidade.

Isto porque, são já de cinco mil os sequestros registados no país, que, de acordo com o Instituto de Estudos de Segurança (ISS sigla em inglês), são agora quatro vezes mais do que há 10 anos a esta parte, o que se traduz num aumento de 143%.

Durante o período de abril a dezembro de 2022, a South African Police Services SAPS (sigla em inglês) registou 11 702 sequestros, ultrapassando os 10 826.

De acordo com a Brigadeiro Athelenda Mathe, em 2023, de abril até final de junho, foram apresentadas 3.841 queixas de sequestros.

A reiteração deste tipo de crime está relacionada com o aumento substancial do crime violento organizado, muitas vezes cometido por grupos sofisticados transnacionais, especializados em sequestros de "alto valor", os quais distinguem e singularizam com toda a minúcia criminosa.

José Luiz da Silva – Correspondente em Joanesburgo (África do Sul)