A República da África do Sul atingiu mais de 220 dias sem energia elétrica, situação que tem causado avultados prejuízos, devido ao encerramento de minas, fábricas e outros negócios de pequena e média dimensões, de acordo com um relatório da Bloomberg.
A falta de energia ou, melhor, os cortes, promoveram mais crimes de contato, assaltos, invasões a residências, estabelecimentos comerciais, causou, e continua a causar, danos significativos em eletrodomésticos e computadores, provocando ainda vários curto-circuitos e incêndios nas instalações elétricas.
A criação tão necessária de novos postos trabalho, simplesmente, estagnou. Esta lamentável realidade fica-se a dever aos constantes colapsos de equipamento, muito por falta de manutenção na última década, interferência política e uma corrupção que atingiu níveis indizíveis. Hospitais estão isentos de cortes de energia.
As flutuações no fornecimento de eletricidade tiveram já um impacto negativo devido às implicações na economia e podem ser analisadas como um fator de grande risco para o futuro da África do Sul e das suas gentes.
O racionamento de energia controlado e continuado e as frequentes avarias, desacelerou o crescimento económico de 1,8% para 1,1 %.
A utilitária nacional ESKOM é responsável pelo fornecimento de energia para exigências da África do Sul e de momento existem receios intensos de uma implosão da ESKOM, o que, a concretizar-se terá como consequência o mergulho do país em intermináveis e perigosas ‘noites de breu’.
Tudo isto é, realmente, uma vergonha, uma tragédia terrível para um país responsável pelo fornecimento de 25% de energia elétrica para África, agora em declínio.
José Luiz da Silva – Correspondente em Joanesburgo (África do Sul)