Fernando Campos, conselheiro das Comunidades Portuguesas na Venezuela, acompanha de perto ?a situação dos portugueses no país e pede a Portugal respostas às suas necessidades.Os últimos anos não foram fáceis para os portugueses e descendentes de portugueses que vivem na Venezuela.
Como se não bastassem as dificuldades do dia-a-dia, fruto da economia venezuelana, além do processo migratório das novas gerações que se evidencia, por exemplo, na dissolução de muitos grupos folclóricos, agora há preocupação com a pandemia, que causou a perda de muitos membros da comunidade.
Situações de que os conselheiros das Comunidades Portuguesas pela Venezuela estão a acompanhar, a fim de transmitir ao Governo de Portugal informações concretas que ajudem a encontrar soluções para os diversos problemas.
A pandemia, a incerteza quanto às vacinas, o funcionamento dos consulados, a participação cívica e eleitoral, a ausência de voos da TAP e o anúncio do encerramento do escritório Millennium BCP, são hoje as principais preocupações da comunidade, do ponto de vista de Fernando Campos.
Efeitos da pandemia e atrasos
“A pandemia atinge fortemente a comunidade, que tem visto muitos portugueses morrerem em todo o país. Além disso, toda esta situação tem afetado pequenos e grandes empresários, que não têm conseguido produzir devido às constantes semanas de quarentena. O número de casos de pessoas a necessitar de ajuda está a aumentar rapidamente e há muitas pessoas a trabalhar”, explica o conselheiro para as Comunidades Portuguesas na Venezuela.
Para tentar dar resposta a este aumento de pedidos de apoio, Fernando Campos explica que a Embaixada de Portugal em Caracas fez uma mudança na sua estrutura social, que estava sob a tutela de Marlene Soares de Almeida, passando a ser um cargo de pessoa no Consulado Geral de Portugal em Caracas.
“Embora seja verdade que essa mudança atrasou algumas questões, é uma decisão acertada, já que são os consulados que atendem diariamente os cidadãos”, considera Campos.
“Sabemos que o Consulado está a fazer todos os esforços para responder ao elevado número de pedidos de marcação para os diversos procedimentos lusitanos mas devido à necessidade de limitar o número de pessoas nas instalações a um terço, bem como de cumprir as desinfeções obrigatórias e outras medidas de segurança sanitária” continua difícil a tarefa de atender todos.
Outro assunto que está na ordem do dia na comunidade está relacionado à administração de vacinas Covid-19. “Nossa gente está preocupada com a falta de informação e as dúvidas que existem em torno da vacinação. Na Venezuela, embora a chegada das vacinas russas e a aquisição de outras vacinas tenham sido anunciadas pela Organização Mundial da Saúde, ninguém sabe realmente nada sobre o plano de vacinação. Não sabemos quando seremos vacinados, o que gera angústia. Sabemos que Portugal não tem culpa disso, pois é o Governo da Venezuela que deve ser responsável pelo processo de vacinação de quem reside no país”, afirmou o ex-presidente do Centro Português.
Por Sérgio Ferreira Soares