"As letras das músicas em Portugal são quase da pré-primária". A declaração foi proferida pelo cantor e músico português, Rui Veloso, que, numa entrevista ao Correio da Manhã, assumiu uma posição crítica no que concerne às letras das canções dominantes no atual panorama musical.
Na opinião do «pai do rock português», epíteto pelo qual é conhecido, a natureza das letras que atualmente se interpretam tem um toque "pueril", e classificou-as como próximas da escrita praticada na pré-primária.
"Em termos de escrita, e tirando algumas coisas do hip-hop em que se fala efetivamente dos problemas do quotidiano, as letras, hoje em dia, são muito pueris, às vezes são quase de pré-primária. E não sou eu, com 65 anos, que cantei coisas sérias do Tê, que vou estar a cantar qualquer coisa, coisas que não fazem sentido para a minha idade", observou.
Recorde-se que Rui Veloso, reconhecido músico que já atuou com lendas do universo musical como BB King, formou parceria com o letrista Carlos Tê, que assina letras como ‘Chico Fininho’, ‘Cavaleiro Andante’, ‘Porto Côvo’, ‘Jura’, ‘Paixão, segundo Nicolau da Viola’ ou ‘Não há estrelas no céu’.
O músico do Norte, que conta com mais de quatro décadas de carreira desde o lançamento do seu primeiro disco ‘Ar de rock’, nos anos 80 do século XX, sobe esta noite ao palco do Coliseu do Porto, onde deverá interpretar temas emblemáticos como ‘Porto Sentido’, com letra de Carlos Tê.
O espetáculo intimista insere-se na atual digressão que está a realizar com os guitarristas Alexandre Manaia e Eduardo Espinho.
Romina Barreto