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Pelo menos dez filmes portugueses chegam aos cinemas no primeiro trimestre de 2026

Data de publicação
30 Dezembro 2025
9:43

Cerca de uma dezena de filmes portugueses chega às salas de cinema nos primeiros meses de 2026, incluindo “Terra Vil”, de Luís Campos, e “Vitória”, de Mário Patrocínio, duas estreias na longa-metragem de ficção.

Na quinta-feira, 01 de janeiro, estreia-se o filme “Os enforcados”, do realizador brasileiro Fernando Coimbra, coproduzido por Portugal pela Fado Filmes.

“Os enforcados” é um ‘thriller’ sobre um casal - Regina e Valério - perante um dilema, depois da morte do pai dele, o maior líder do crime no Rio de Janeiro: não querem ser arrastados para o mundo do crime, assumindo os negócios do pai, mas têm dívidas e despesas que não conseguem pagar.

O filme, estreado em 2024 no festival de Toronto, é interpretado por Leandra Leal e Irandhir Santos, atores aos quais se juntou o português Pêpê Rapazote.

De acordo com informações disponibilizadas por produtoras e distribuidoras, a 12 de fevereiro estreia-se o documentário “La vie de Maria Manuela”, realizado por João Marques, registo de quatro anos de vida de uma jovem mulher, que se celebrizou nas redes sociais e num ‘reality show’ na televisão portuguesa, que está “em processo de afirmação pessoal e criativa”.

O filme propõe ainda uma reflexão sobre a “Geração Z”, “profundamente moldada pela presença das redes sociais e pelas novas formas de vida, identidade e exposição que emergem deste contexto”, refere a sinopse.

Ainda em fevereiro, no dia 19, chega aos cinemas “Primeira Pessoa do Plural”, de Sandro Aguilar, que já fez o circuito internacional de festivais.

O filme é protagonizado por Albano Jerónimo e Isabel Abreu, nos papéis de um casal à beira de celebrar 20 anos de casamento, e também por Eduardo Aguilar, que interpreta o filho adolescente.

É um núcleo familiar em mágoa e em desequilíbrio que tenta não ser engolido pela perda de uma filha, “o vórtice de uma tempestade”, como contou Sandro Aguilar à Lusa em janeiro passado, quando o filme esteve no Festival de Roterdão.

Em novembro, Albano Jerónimo e o diretor de fotografia Rui Xavier foram distinguidos na Mostra de Valência – Cinema do Mediterrâneo, em Espanha, por este filme.

A 26 de fevereiro está prevista uma dupla estreia: a ficção “Terra Vil”, de Luís Campos, e o documentário “Balane 3”, de Ico Costa.

“Terra Vil” é a primeira longa-metragem de Luís Campos, com Lúcia Moniz e Rúben Gomes no elenco, para contar uma história sobre ruralidade, subdesenvolvimento, figuras patriarcais e violência doméstica.

O filme aborda ainda o acidente de Entre-os-Rios, ocorrido em 2001, quando a ponte que ligava esta localidade a Castelo de Paiva caiu sobre o rio Douro, causando 59 mortos.

“Balane 3” fala sobre a vida dos habitantes de um bairro em Inhambane, no sul de Moçambique, onde Ico Costa tem filmado com regularidade.

Segundo a sinopse, “as personagens deste filme trabalham como pescadores, talhantes ou lavadores de carros, vão à escola, hospitais, cabeleireiros e mercados, bebem e dançam à noite, falam de política, doenças, amizades, amor e sexo. Falam bastante de sexo”.

Este filme tinha exibição prevista para o festival IndieLisboa, mas foi retirado da programação depois de denúncias sobre casos de violência doméstica contra Ico Costa, que o cineasta sempre negou.

Em março, no dia 05, estreia-se “Maria Vitória”, de Mário Patrocínio, título que remete para uma jovem que está determinada a ser profissional de futebol, numa aldeia remota em Portugal.

Primeira longa-metragem de ficção de Mário Patrocínio, “Maria Vitória” é protagonizado por Mariana Cardoso, Miguel Borges e Miguel Nunes e já esteve em competição no Festival de Cinema de Tóquio.

“C’est pas la vie en rose” é o título do filme de Leonor Bettencourt Loureiro, com estreia marcada para 12 de março, e que, entre a ficção satírica e o documentário, fala sobre Lisboa gentrificada, tomada pelo turismo e pela especulação imobiliária.

O documentário “Bulakna”, de Leonor Noivo, que coloca em foco a migração de mulheres filipinas para trabalharem como empregadas domésticas no Ocidente, estreia-se a 19 de março.

Esta produção retrata duas mulheres filipinas, uma mais jovem que quer sair do país para trabalhar como empregada doméstica, apesar da relutância de colegas e amigos, e uma outra, mais velha, que deixou o trabalho na rádio no país natal para ter esta ocupação, na casa de uma família abastada em Lisboa.

Em abril assinalam-se, pelo menos, as estreias de “O Barqueiro”, de Simão Cayatte (dia 09 de abril), e “Projeto Global”, de Ivo M. Ferreira.

Para 2026, está prevista a estreia de outros filmes de produção nacional, ainda sem data anunciada, nomeadamente “Pai Nosso - Os últimos dias de Salazar”, de José Filipe Costa, “18 buracos para o paraíso”, de João Nuno Pinto, ou “Playback”, de Sérgio Graciano.

Este ano, estrearam-se mais de 50 filmes portugueses ou com coprodução portuguesa nas salas de cinema, dos quais “O pátio da saudade”, de Leonel Vieira, foi o mais visto com 69.562 espectadores, segundo dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA).

Ainda que provisórios, os dados indicam que o segundo filme português mais visto foi “Lavagante”, de Mário Barroso, com 21.619 entradas, e o terceiro foi “O lugar dos sonhos”, de Diogo Morgado, com 17.931 bilhetes emitidos.

Com dados do ICA contabilizados até novembro, o cinema português somou este ano 218.572 espectadores, o que representa uma quota de apenas 2,3% do total de entradas em 2025.

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