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Fátima ajudou a tornar Francisco mais mariano e a defender a mulher, diz madeirense D. José Ornelas

Data de publicação
27 Abril 2025
11:02

A presença no Santuário de Fátima ajudou o jesuíta Francisco a tornar-se mais mariano e incentivou-o a defender o papel da mulher na Igreja Católica, afirmou hoje o bispo de Leiria-Fátima.

O Papa Francisco foi sepultado na única basílica papal de Roma devotada ao culto mariano, Santa Maria Maior, um caminho que surpreendeu quem o conhecia no passado, reconheceu José Ornelas, também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

Muitos elementos do clero católico “rejeitam a mariolatria”, o culto excessivo a Nossa Senhora, reagindo “contra uma Maria que parecia contraposta à ideia de Deus e de Jesus como central”, admitiu o sacerdote, em declarações à Lusa.

Como Francisco, “eu também fui aprendendo a conhecer Fátima”, salientou o prelado madeirense (71 anos), que já foi bispo de Setúbal, recordando as conversas com o líder da Igreja Católica, que morreu na segunda-feira.

“O Papa disse-me a mesma coisa num encontro pessoal que tive com ele antes da Jornada Mundial da Juventude: ‘Sabes, eu não tinha nem sequer uma grande perceção de Fátima, mas quando fui a Fátima, sabes o que é que me impressionou? O silêncio”, recordou José Ornelas.

“Para mim, desde aquele dia em que, de joelhos, diante da imagem [de Maria] e sentia as moscas, para mim, Fátima passou a ser um conceito de silêncio e de escuta”, acrescentou ainda o bispo, recordando a conversa com Francisco.

No seu entender, “quando se escuta o coração da Igreja que bate em Fátima como bate noutros lugares”, é visível que “Maria é um caminho leva as pessoas a entenderem o mistério da vida, o mistério da fé, o mistério da Igreja, o mistério de Deus”.

Por outro lado, o culto mariano é também um caminho para valorizar o papel da mulher na Igreja, salientou José Ornelas, admitindo que ainda há muito por fazer nesse processo.

Maria lembra a “existência do feminino que falta trabalhar na Igreja e que se deve trabalhar, uma herança que este Papa tem repetido à sociedade para quem quer ouvir”, disse.

“Quando o Papa fala tanto de mulheres”, há quem diga que “Maria ofusca o papel do feminino na Igreja, mas, bem pelo contrário, ela põe a mulher no centro para dizer que queremos uma igreja materna e paterna”, explicou.

“As metáforas do pai e da mãe servem-nos muito para entender quem é Deus” e essa visão até poderia ser estendida, considerou José Ornelas: “podíamos chamar mãe nossa que estás nos céus”, numa referência à principal oração católica.

Nascido como Jorge Mario Bergoglio em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e o primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.

A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano.

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