Cerca de quatro dezenas de profissionais ligados às áreas do social, da educação e da saúde - entre as quais se destaca a presença de representantes da Universidade da Madeira, de Instituições Particulares de Solidariedade Social e Lares, de Escolas, das Casas do Povo e, também, Autarcas dos Municípios do Norte da Ilha - alertaram, hoje, em São Vicente, durante a Conferência "Demografia, o desafio do século", para a necessidade de uma mudança de paradigma no que respeita à forma como se sente e se enfrenta o envelhecimento, priorizando diversas medidas para o futuro que obrigam a uma estratégia transversal incidente na família que acautele, em simultâneo, a proteção dos cuidadores.
Preocupações manifestadas no âmbito de mais uma iniciativa do "Compromisso 2030", a primeira da temática "Demografia e Economia da Longevidade", durante a qual foram deixados alguns desafios para o futuro, tendentes a garantir que a Região venha a estar mais preparada para lidar com as novas tendências ligadas à demografia - quer na perspetiva do envelhecimento quer na lógica da natalidade - através de uma estratégia que, sendo global, se faça sentir localmente em cada concelho.
"Uma das ideias que foi consensual a todos os presentes foi, precisamente, a da necessidade de olharmos para o envelhecimento de forma diferente, garantindo que este seja uma fase da vida o mais ativa possível, digna e integrada na comunidade, atuando quer junto das famílias quer ao nível dos cuidadores, que também precisam de ser mais apoiados nas suas funções" explica a coordenadora do "Compromisso 2030" para esta área, Cláudia Perestrelo, acrescentando que, neste enquadramento e do ponto de vista familiar, é também essencial que os apoios à natalidade "sejam reajustados, transversais e comuns a diversas franjas do território".
Paralelamente, sublinha, outra das ideias deixadas nesta primeira reunião incidiu na importância de serem aprovadas medidas legislativas para melhorar a parentalidade e, também, o cuidado e a proteção de quem cuida dos idosos. "Na prática, falamos de medidas que, por um lado, atuem na família e garantam o equilíbrio necessário a todos aqueles que dela fazem parte, bem como medidas que valorizem quem desempenha funções a favor da terceira idade", vincou, destacando o facto deste encontro ter sido altamente participado, "com intervenções que, no seu conjunto, servem o propósito deste projeto de auscultação e que passa por encontrar novas soluções para melhorar a vida da nossa população".