"O movimento democrático na Madeira e no Continente - séculos XIX e XX" é o mais recente livro de Rui Nepomuceno, advogado, político, historiador e um "defensor da democracia", como vincou Edgar Silva, coordenador do PCP Madeira, na apresentação da obra.
"O livro é um documento que reúne a memória da democracia em Portugal e do movimento democrático português, que foi reprimido e combatido com lutas, algumas mortes e com a prisão de muitas pessoas", vincou Edgar Silva, reforçando que "a democracia instaurada em Portugal, em abril de 1974, foi precedida de uma grande luta".
Destacou, também, a importância do livro ser lançado no "ano em que se comemora os 50 anos do III Congresso da Oposição Democrática (1973), que teve tinha como objetivo pôr fim à guerra colonial, lutar contra o poder absoluto e instaurar as liberdades democráticas", e numa altura em que se começa a evocar os 50 anos do 25 de abril".
Marcelino Castro, historiador e investigador do Centro de Estudos da Autonomia do Parlamento madeirense - IDEIA, refere no prefácio que "o livro indica e revela pontualmente alguns dados da história recente madeirense do pós-25 de Abril, menos conhecidos ou até ignorados da maioria (também a história do Partido Comunista na Região e seus dirigentes e heróis).
Já o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira começou por salientar que "não é possível fazer a História dos dois últimos séculos da Madeira, da luta do nosso povo por melhores condições de vida, do seu combate pela Democracia e pela Autonomia, sem consultar as investigações e os escritos do Dr. Rui Nepomuceno".
"Este livro é não só o produto de pesquisas e análises sobre o liberalismo e a primeira República, mas também o testemunho de quem foi um dos protagonistas da própria História, participando ativamente nesta, desde as lutas académicas até ao 25 de Abril, passando pela sua luta contra a ditadura e pela defesa da emancipação política da Madeira", enfatizou José Manuel Rodrigues.
"Está ainda por fazer uma outra História, que só o tempo há de fazer emergir, e que se consubstancia no trabalho, na ação e na solidariedade do Dr. Rui Nepomuceno em prol dos mais vulneráveis e dos mais injustiçados da nossa sociedade.
Está por contar o quanto ajudou tantas e tantas pessoas em momentos de dificuldades e como sempre se voluntariou para ajudar os mais pobres e indefesos, sobretudo como advogado, mas também como cidadão que se sentia corresponsável pelos seus conterrâneos a contas com problemas na vida", concluiu o Presidente do Parlamento madeirense.
Rui Nepomuceno nasceu em 10 de maio de 1936, no Funchal. Frequentou ciências jurídicas na Facul¬dade de Direito da Universidade de Coim¬bra, onde participou nas lutas académicas contra a ditadura salazarista. No campo político, militou pela Oposição Democrática, tendo subscrito em 1969 a polémica «Carta a um Governador» onde, entre outras críticas ao regime, reivin¬dicavam a Democracia e a Autonomia Políti¬ca para a Madeira. É membro da direção do PCP na Madeira. Em 1993, exerceu as funções de deputado pela CDU na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, tendo sido ainda autarca nas Assembleias de Freg¬uesia de Santo António e de São Martinho do Funchal.
Em 2009, o Presidente da Repúbli¬ca Aníbal Cavaco Silva agraciou Rui Firmino Faria Nepomuceno com o grau de Comen¬dador da Ordem do Infante D. Henrique.